Henri Lacordaire, religioso dominicano e poeta, uma vez disse que a solidão inspira os poetas, cria os artistas e anima os gênios. No meio de tantos significados e interpretações, sobretudo artísticos, o isolamento tem conquistado o interesse do mundo científico também. Lisa Jaremka, por exemplo, estudou de que modo a solidão pode afetar o organismo. O resultado da pesquisa realizada no Institute for Behavioral Medicine Research, da Universidade Ohio State, foi publicado recentemente no periódico científico Psyneuroendocrinology. Jaremka chegou à conclusão de que os solitários têm um maior número de problemas associados ao sistema imunológico.
“A dor, a depressão e um conjunto de sintomas de fadiga despertam uma preocupação importante para a saúde. A solidão é um fator de risco comum a esses sintomas. Mas pouco se sabe sobre os mecanismos fisiológicos que podem ligar a solidão a esses sintomas. A desregulação do sistema imunológico é um candidato promissor”, explica Jaremka. A pesquisadora tomou como base estudos anteriores que sinalizavam para o mesmo caminho. “Uma pesquisa de 1984 nos Estados Unidos descobriu que estudantes de medicina e psiquiatras hospitalares que se sentiam mais sozinhos tinham menos atividades das células assassinas naturais, que são importantes para a defesa antiviral e antitumoral, do que aqueles que se sentiam socialmente conectados”.