O paradigma pode ser definido como um modelo de regras adotado por uma comunidade, e que se tornam um padrão, mesmo que não seja o melhor modo de se enxergar determinado objeto ou situação. Exemplificando: “maioridade penal só após 18 anos”, ou, “mulher não pode ser Papa”.
Quando um paradigma é aceito, serve de critério da verdade, validação e reconhecimento nos meios onde foi adotado.
Quando o Presidente Lula foi eleito, tivemos a quebra de alguns paradigmas (sendo ele o exemplo maior), já que até a sua eleição duvidava-se que uma pessoa com suas origens fosse capaz de realizar um bom governo.
Com a indicação de Joaquim Barbosa para o Supremo Tribunal federal não foi diferente. Conforme entrevista dada por ele em 21 de dezembro de 2012, a escolha dele para o STF não foi fácil, primeiro pelo preconceito existente (palavras de Lula), e depois pelas poucas opções de um negro com o perfil necessário para ocupar o cargo. Sem usar a palavra paradigma, intencionalmente procurou quebrar esse que vigia, até então, colocando esse homem que hoje ocupa o maior cargo da magistratura brasileira, sendo comemorado pela maioria como um grande avanço das instituições nacionais.
Outro exemplo tão digno quanto o anterior da quebra de paradigmas, se dá quando Lula banca a candidatura de uma mulher ao maior cargo público do país, e elege Dilma Rousseff, Presidente do Brasil.
Lembro que apesar do racismo explicito dos Estados Unidos, já em 1967 (uma das épocas mais conturbadas das relações entre brancos e negros) eles tiveram seu primeiro juiz negro indicado para a suprema corte, que veio a exercer seu cargo por 24 anos.
Outro exemplo que podem demonstrar nosso atraso na quebra de paradigmas está na Inglaterra e Argentina, que há muitos anos elegeram Margaret Thatcher, primeira ministra, e Isabelita Perón, Presidente.
Podemos concluir que essa quebra no Brasil aconteceu, por ser Lula uma quebra de paradigmas em si. Afinal de contas é mais fácil para aquele que não se encaixa nos paradigmas vigentes ter a consciência para rompê-los.