(artigo publicado em fevereiro de 2013)
Por Gil DePaula
Conta-nos a fábula de Hans Christian Andersen, que há muito tempo num reino distante, havia um rei que só se interessava por roupas novas e bonitas, chegando a deixar em segundo plano as questões do seu reino. De fato, o rei passava horas e horas provando, admirando e mostrando suas vestes aos súditos.
Dois espertalhões, tendo tomado conhecimento desse fascínio do rei, resolveram se aproveitar, e se apresentaram à corte dizendo que teceriam a roupa mais bela tracejada de ouro e diamantes, já mais vista em qualquer reino. Porém, adiantaram que só as pessoas inteligentes seriam capazes de vê-la. O rei, encantado com a ideia de possuir tais vestes, ordenou que imediatamente os instalassem em seu palácio, adiantou uma boa quantia em dinheiro e mandou que lhes fornecessem todo o material necessário.
Os vigaristas, então, fizeram vir dois teares nos quais fingiram tecer, enquanto embolsavam os aviamentos (ouro e diamantes) destinados ao feitio do traje.
O rei chamou dois de seus ministros, Delúbio Demostenes, ministro das finanças, e Genoino Cachoeira, ministro da transparência, e ordenou que fossem examinar a roupa em confecção. Genoino e Cachoeira nada viram (e como haveriam de ver se nada existia), Mas, para não passar por burros retornaram ao soberano descrevendo maravilhas sobre a obra. E assim, se passou com os demais assessores do reino.
O rei, também não enxergou a roupa, mas não querendo passar por burro, marcou um grande desfile para apresentá-la aos seus súditos, que sabendo que só as pessoas inteligentes eram capazes de vê-la, aplaudiam entusiasticamente fazendo considerações sobre a beleza dos trajes, até que um garoto, no alto de sua inocência gritou: O rei está pelado! Todos, então, se deram conta do ridículo por qual passavam.
Já o povo brasileiro não se cansa de passar “por ridículos”. A cada momento descobre um politico nu. Um politico travestido de vestes de dignidade que acaba por mostrar sua verdadeira natureza. Esse politico pode ser um presidente, um deputado, um governador e por aí vai. Recentemente o Ex-presidente Lula foi pego despido de suas falácias comungando com o antigo desafeto Paulo Maluf, a quem sempre acusou dos atos mais pérfidos (com razão).
Os nossos congressistas recebem décimo quarto e décimo quinto salário. Alguns deles perguntados pelo CQC (programa da Rede Bandeirantes) se desistiriam dessas impropriedades, foram taxativos e de cara se mostraram despidos de qualquer dignidade, negando que tal fizessem. Já outros, ainda tentaram se cobrir com os farrapos da mentira, mas quando instigados a assinar um documento colocando por escrito sua desistência, inventaram as mais estupidas desculpas e também se negaram.
Mensalões do DEM ou do PT, só vêm a corroborar com a ideia institucionalizada de quem está no poder se despe de suas pretensas qualidades de caráter ou de seus discursos oportunistas, e rouba.
A cada Roriz, Genoino, Arruda, José Dirceu que finalmente são despidos, “surgem” Cachoeiras e Demostenes, que se o povo brasileiro enxerga suas verdadeiras naturezas, demoram muito a gritar: ELES ESTÃO NUS!
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