Por Gil DePaula
Entre a minha meninice e adolescência, por volta dos anos 60 e 70, por diversas vezes ouvi aquilo, que quase chegava a ser um mantra: “o Brasil é o país do futuro”. Eu, na minha inocência, acreditava que esse futuro estaria consolidado quando eu fosse adulto. Os anos passaram e, infelizmente, o futuro que o Brasil alcançou me deixa perplexo e com asco da nossa classe política.
Ao longo dos últimos 40 anos, sempre soube que a corrupção capitaneada pelos políticos estava enraizada nos diversos setores que compõe a máquina pública, apenas não conhecia a verdadeira dimensão da extensão alcançada por esse câncer da vida brasileira, que cada vez fica mais clara.
Parece, para mim, que o pré-requisito para trilhar o caminho da política é ser desonesto, como comprova, a cada dia, as delações da chamada operação Lava-Jato. Políticos dos mais diversos matizes sangram os cofres públicos, há anos e anos, sem piedade. O volume de dinheiro desviado é algo que beira a imensuração, se tivermos por base as dezenas de anos que o fato ocorre.
Nesse saco de gatos, ou melhor de gatunos, os partidos são os primeiros a se locupletarem do dinheiro subtraído dos cofres públicos, que são direcionados para o financiamento dos seus caixas e das suas campanhas políticas.
A constatação que temos é simples: a república brasileira está podre! O tumor espalhou-se e a metástase consumiu todos os valores morais dos nossos homens públicos.
O que o Brasil do mundo político necessita é de um dilúvio, que leve com ele essa corja de bandidos travestidos de deputados, senadores e outras figuras do meio público e empresarial. Quem sabe, assim, surgisse uma arca com seres que despidos das patifarias dos atuais, não envergonhassem os animais acolhidos por Nóe, na grande “catástrofe bíblica” (??).