Por Gil DePaula
“Lobo Guará” é a denominação de lobo brasileiro dada pelos índios Tupi Guarani, sendo um animal de médio porte, de envergadura alta e alongada, carnívoro e que tem pelos marrons de muita beleza. Atribui-se o batismo do nome córrego Guará a ele, que era uma espécie comum de ser encontrada na região, e que mais tarde veio a denominar também nossa cidade.
O Guará foi inaugurado em 1969 com a missão de abrigar funcionários públicos, moradores das invasões e núcleos provisórios, bem como trabalhadores do setor de indústria. As primeiras residências surgiram por meio do projeto “mutirão da casa própria” liderado pela NOVACAP, onde seus funcionários construíram as próprias casas. O aniversário é comemorado no dia 05 de maio.
O Guará mudou rapidamente seu perfil, abandonou a pecha de “cidade dormitório”, para se tornar a mais cobiçada do Distrito Federal, transformada no berço da classe média brasiliense, com uma das maiores rendas per capita entre as regiões, e o metro quadrado de imóveis mais caro.
O que antes era uma cidade uniformizada com casas praticamente iguais, deu lugar para sobrados e condomínios. A poeira, a lama e as outras faltas de condições dos primeiros tempos, já vão longe. Hoje temos ruas asfaltadas, iluminação pública, um bom comércio com lojas de informática, supermercados, oficinas para conserto de carros, padaria, etc., fornecimento de água, enfim uma boa infraestrutura que nos atende plenamente.
Nesse período também tivemos uma mudança de valores e comportamento. Nos anos 70 até os anos 80, era comum ver as residências abertas, sem muros ou grades, e a confraternização entre os vizinhos por meio de festas: os chamados “som”, realizados em suas próprias casas. Também tínhamos “as ruas de lazer” espaço democrático com jogos, músicas e brincadeiras, além das festas juninas comandadas pela igreja.
Também, está praticamente abandonado o hábito saudável do futebol praticado pelos amigos nas entre quadras. Hoje a criançada e os adolescentes parecem preferir os jogos virtuais nos computadores. No máximo vamos encontrar as peladas sendo praticadas em campos sintéticos e escolinhas, o que é uma pena.
Como não poderia deixar de ser, aqui se apresenta alguns problemas, sendo considerado pela população o maior deles, o inchaço da cidade, com a ganância imobiliária por trás. Inchaço este, que já se reflete no trânsito e em outros aspectos, subtraindo a qualidade de vida dos Guaraenses.