Por Gil DePaula
Não se faz segredo para ninguém, que a corrupção no Brasil está disseminada em níveis alarmantemente endêmicos. Não ocorre um fato isolado. Há muito, o modo “natural” de se realizar negócios e fazer política no país passa pela depravação dos valores éticos e morais.
A corrupção enlameia todos os níveis político-administrativo da vida nacional: Uma Câmara de Vereadores, uma Prefeitura, um Governo Estadual, Uma Câmara Legislativa, a Presidência, o Senado, a Câmara de Deputados, juizados, tribunais, ministérios, autarquias, empresas, etc., nelas, sem muito esforço, procure e achará o câncer da desonestidade, da sedução, da depravação, da falcatrua em células agressivas e incontroláveis, formando tumores malignos e adoecendo cada vez mais o nosso país.
A corrupção como o câncer, se mostra facilmente, o difícil é extirpar o mal.
Não conheço as estatísticas nem sei se elas existem, porém, aposto que a corrupção destrói mais que o câncer, pois com certeza, além do corpo, aniquila o espirito, a dignidade, a confiança e o discernimento, pois se assim não fosse, ela não seria tão corriqueira, não nos pareceria tão banal, não teríamos tantos velhacos merecendo passarmos em suas caras, não o óleo de peroba, mas sim, o verniz da vergonha.
E o pior (se isto for possível), o direito penal brasileiro, não desempenha o seu papel, pois não faz a prevenção geral a delitos. É um direito ineficiente, incapaz de atingir às pessoas um pouco mais abastadas, tornando nosso Brasil, um país de ricos marginais, um país em que as pessoas vivem de fraudes à licitação, de corrupção ativa, de corrupção passiva, de peculato, de lavagem de dinheiro. Isso se alastrou pelo país inteiro, fomentado pela impunidade e pelo atual sistema político.
Como se tudo isto não bastasse, ainda temos o maldito foro privilegiado, que tem como um dos seus sinônimos a palavra impunidade. Impunidade que pode vir para parlamentares, ministros do tribunal, procurador-geral da república, presidente e vice-presidente. Até parece, que aquele que comete uma delinquência mereça algum privilégio.
Uma pergunta se faz necessária: Temos no país pessoas honestas? É evidente que sim! É evidente que a maioria dos cidadãos brasileiros são honestos, trabalhadores e corretos. Entretanto, a doença, o tumor maligno da desonestidade, criou metástase em nossa sociedade, e por enquanto estamos à procura da cura.