Por Gil DePaula
Podemos definir parasitas como organismos que vivem em associação com outros dos quais retiram os meios para a sua sobrevivência, normalmente prejudicando o organismo hospedeiro, em um processo conhecido por parasitismo.
O efeito de um parasita no hospedeiro pode ser mínimo, sem lhe afetar as funções vitais (como é o caso dos piolhos), mas pode causar uma doença grave e até matar, como é o caso de muitos vírus e bactérias patogénicas. Neste caso, o parasita normalmente morre com o seu hospedeiro, mas, em outros, o parasita pode ter-se reproduzido e se disseminado aos seus descendentes, perpetuando assim sua espécie.
O sistema jurídico vigente em nosso país tem se mostrado tal e qual um verdadeiro parasita, que se alimenta do sistema político brasileiro e da situação caótica do Brasil. Os hospedeiros são todos aqueles que de uma forma ou outra contribuem para a sobrevivência desse sistema alimentando-o com crimes, corrupção, impunidade, “vista grossa” e desmandos.
É obvio, que se não existisse o crime, não teríamos a necessidade das Leis e órgãos para combatê-lo e julgá-lo.
A Constituição Brasileira, infelizmente, ao dar o poder da escolha dos ministros do STF aos políticos, criou um monstrinho de várias cabeças, faces e submissões, que se alimentam, principalmente e repetidamente, das desgraças causadas pelo nosso parlamento. Ministros indicados por políticos possuem a propensão natural de defender seus mentores, muitas vezes sem demonstrar nenhum escrúpulo.
Esse ciclo interminável: julga, prende, solta e se dezdiz, o que foi dito, é apenas um componente malévolo do parasitismo institucionalizado entre os tribunais, a sociedade e os políticos.
Creio chegado a hora da própria sociedade brasileira ter o poder de escolher seus representantes no judiciário, pois, como sabemos, muitos parasitas matam seus hospedeiros e eles, ao longo do tempo, vêm perpetuando sua espécie nos mais altos escalões republicanos do Brasil.
Livros de Gil DePaula