Se havia um ator internacional, que eu admirava desde a infância, esse se chamava Kirk Douglas. Ele era uma lenda, um ator da idade de ouro dos filmes em seus anos dourados, um humanitário cujo compromisso com a justiça e as causas em que ele acreditava estabeleceram um padrão único.
Pai, do também ator Michael Douglas, foi três vezes indicado ao Oscar e, entre, quase uma centena de filmes, atuou em ‘Spartacus’, ‘A montanha dos 7 abutres’ e ‘Sede de viver’, pelo qual ganhou um Globo de Ouro.
Kirk Douglas morreu aos 103 anos nesta quarta-feira (5). Ele vinha passando por problemas de saúde desde 1996, quando sofreu um acidente vascular cerebral.
Indicado ao Oscar três vezes se aposentou depois que passou a ter dificuldades para falar, devido ao AVC. Ele também foi três vezes indicado ao Emmy, a premiação mais importante da TV americana. No Globo de Ouro, levou duas estatuetas: uma de melhor ator em drama (por “Sede de viver”, de 1956) e outra por sua filmografia, o prêmio especial Cecil B. DeMille.
Filho de imigrantes russos analfabetos, Kirk Douglas interpretou papéis emblemáticos do cinema, do escravo Spartacus ao pintor Vincent van Gogh, passando pela lenda do velho oeste Doc Holliday.
Ele trabalhou em mais de 80 filmes, mas se notabilizou por nunca ter aceitado um papel em uma sequência, mesmo com a possibilidade de ganhar cachês ainda mais altos. Nos anos 70, preferiu se dedicar a uma breve carreira de cineasta com os filmes “Ambição Acima da Lei” (1975) e “As Aventuras de um Velhaco” (1973).
Issur Danielovitch foi o nome que recebeu ao nascer em um bairro pobre de Nova York, onde estudou interpretação na Academia de Artes Dramáticas.
“O invencível” (1949) rendeu sua primeira indicação ao Oscar de melhor ator, prêmio que nunca venceu. A estatueta só chegou à família com o filho Michael por “Wall Street” (1987), como ator, e por “Um estranho no ninho” (1975), como produtor.
Entre os filmes mais famosos de Kirk se destacam “Sede de viver” (1956), em que interpretou Van Gogh, “Duelo de titãs” (1959), “Spartacus” (1960) e “Sete dias de maio” (1964).
Os filhos mais velhos, Michael e Joel, nasceram de seu primeiro casamento, com Diana Douglas. Eles se divorciaram em 1951.
Três anos depois, ele se casou com a americana de origem belga Anne Buydens, que uma vez escreveu a respeito de Kirk: “Viver com meu marido é como sentar em um lindo jardim ao lado de um vulcão que pode entrar em erupção a qualquer momento”. O casal teve dois filhos, Eric e Peter. Kirk deixa sua esposa Anne, três filhos e sete netos.