Mentir é contra os padrões morais de muitas pessoas e é tido como um “pecado” em muitas religiões. As tradições éticas e filósofos estão divididos quanto a se uma mentira é alguma situação permissível – Platão disse sim, enquanto Aristóteles, Santo Agostinho e Kant disseram não.
Mentir de uma maneira que piore um conflito em vez de diminuí-lo, ou que se vise tirar proveito deste conflito, é normalmente considerado como algo antiético. Existem pessoas que afirmam que é com frequência mais fácil fazer as pessoas acreditarem numa Grande Mentira dita muitas vezes, do que numa pequena verdade dita apenas uma vez. Esta frase foi proferida pelo Ministro da Propaganda Alemã Joseph Goebbels no Terceiro Reich.
Victor Lustig - O Homem Que Vendeu a Torre Eiffel
Victor Lustig - O Homem Que Vendeu a Torre Eiffel
Víctor Lustig foi um famoso golpista do início do século XX. Ele ficou mundialmente conhecido por ser o homem que vendeu a torre Eiffel duas vezes. Uma das marcas registradas de Víctor era a confecção de máquinas para impressão de dinheiro. Claro que quando o cliente percebia que a máquina era uma farsa, ele já estava bem distante.
Em 1925, ele falsificou papéis do governo francês e aproveitando-se do momento difícil que a França passava devido a Primeira Guerra Mundial, passou a vender a torre Eiffel. A primeira ‘venda’ da torre foi feita para Andre Poisson, um membro da máfia. Quando ele descobriu o golpe, ficou tão envergonhado que não quis denuncia-lo para a polícia. Lustig fez outra vítima que diferente da primeira, denunciou o vigarista para a polícia que não encontrou Lustig. Ele foi preso em 1935 e morreu de pneumonia em 1947 na prisão de Alcatraz nos EUA.
2. Frank Abagnale, ‘Prenda-me se for capaz
2. Frank Abagnale, ‘Prenda-me se for capaz
Ele já foi considerado um dos maiores fraudadores da história dos EUA. Frank Abagnale preside atualmente a Abagnale and Associates, uma empresa de consultoria contra fraudes financeiras. Sua história de vida serviu de inspiração para o filme “Prenda-me se for capaz”. Seu primeiro golpe foi fazendo cheques sem fundo.
Ele começou a ter uma vida de trambiqueiro quando foi forçado a fazer cheques com quantias superiores ao que tinha guardado para quitar suas dívidas. Isso, entretanto, funcionou até a hora que o banco parou de emitir mais cheques, o que fez com que ele abrisse mais contas em bancos diferentes, eventualmente criando novas identidades para isso.
Durante este período ele experimentou e desenvolveu diferentes técnicas de fraude como imprimir seus próprios cheques que eram cópias quase perfeitas dos originais. Ele os usava e persuadia os bancos a liberar dinheiro para os cheques sem fundos. Por um período de dois anos Abagnale se disfarçou como o piloto da companhia aérea Pan Am “Frank Williams” para obter voos de graça pelo mundo.
Mais tarde, Abagnale fingiu ser um pediatra em um hospital do estado da Geórgia com o nome de “Frank Conners”. Depois de fazer amizade com um médico de verdade, tornou-se supervisor residente como um favor para o amigo até que achassem alguém que pudesse pegar o emprego.
Entretanto, sendo uma farsa como médico, Abagnale foi quase mandado embora após quase ter deixado um bebê morrer por inanição de oxigênio. Abagnale fazia com que a maioria das tarefas complicadas que deveriam ser feitas por ele ficassem na mão de outros colegas, como por exemplo, colocar ossos de uma fratura exposta no lugar. Após 11 meses, o hospital achou outro substituto e ele abandonou a vida de médico.
Em cinco anos, Abagnale trabalhou sob 8 identidades, além de ter usado muitas outras para fraudar cheques, cujo volume de prejuízos passou de US$2,5 milhões em 26 países. Todo o dinheiro bancou um estilo de vida em que ele namorou comissárias de bordo, comeu em restaurantes caros, comprou roupas caras, e para preparar os próximos golpes.
Abagnale foi preso na França em 1969 quando uma comissária da Air France reconheceu seu rosto em um cartaz de procurado. Quando a polícia francesa o apreendeu, todos os 26 países em que cometeu fraude pediram sua extradição. Primeiramente ficou seis meses na Casa de Detenção de Perpignan na França, onde quase morreu.
Depois foi extraditado para a Suécia onde ficou por um ano na Prisão de Malmö por falsidade ideológica. Mais tarde, um juiz revogou seu passaporte americano e o deportou para os Estados Unidos para prevenir futuras extradições. Abagnale foi sentenciado a 12 anos de prisão em uma penitenciária federal por várias modalidades de fraude e falsidade ideológica.
A partir de 1974 ele passou a ter empregos legítimos. Ele fundou a Abagnale & Associates onde adverte o mundo dos negócios sobre fraudes e organiza palestras e aulas pelo mundo. Abagnale é agora um multimilionário através de sua empresa de consultoria de fraudes e prevenção situada em Tulsa, Oklahoma.
3. Christophe Rocancourt, o Rockefeller francês
3. Christophe Rocancourt, o Rockefeller francês
Christophe Rocancourt não assassinou ninguém, não é terrorista nem ladrão de banco, mas já esteve na lista de mais procurados pela polícia americana. Seu crime? Passar a perna em gente da alta roda de Nova York e Los Angeles.
Nascido na França em 1967, o malandro gostava de dizer que se chamava Christopher Rockefeller e que era um descendente francês do magnata americano. Mas essa era só uma das 12 identidades falsas dele. Christophe também se apresentava como parente da atriz Sophia Loren, do estilista Oscar de la Renta e do cineasta Dino de Laurentiis. Seu principal golpe era convencer as pessoas a deixar uma boa grana com ele para ser investida em algum esquema “ultra-rentável”.
Em 2001, Rocancourt acabou preso. No julgamento, foi acusado de fraudar 19 pessoas e condenado a 4 anos de prisão. Ele mesmo estima que, em sua vida de golpista, arrecadou pelo menos 40 milhões de dólares. Ninguém duvida: quando foi preso, o francês tinha duas Ferraris, um jipe que já tinha sido do bilionário inglês Dodi al Fayed, era dono de um andar no Regent Beverly Wilshire Hotel, no bairro mais chique de Los Angeles, e andava com um segurança a tiracolo.
4. Ferdinand Demara, o grande impostor
4. Ferdinand Demara, o grande impostor
Ferdinand Demara foi um impostor que utilizou diversas identidades falsas para aplicar golpes. Ele utilizava os nomes de seus companheiros marinheiros para forjar ‘novas vidas’. Quando descobriam a farsa, ele ‘se matava’ e começava uma nova carreira. Em suas vidas ele foi engenheiro civil, delegado, médico, advogado, professor, monge beneditino, editor, pesquisador do câncer e maestro. Nunca aplicou golpes para conseguir dinheiro, só aproveitava o status temporário. Eles chegou a ser preso por falsidade ideológica por 18 meses.
5. Marcelo Nascimento, o Maior Golpista Brasileiro
5. Marcelo Nascimento, o Maior Golpista Brasileiro
No tempo em que serviu o exército, Marcelo Nascimento da Rocha ou Victor Hugo, Juliano Silva ou Marcelo Ferrari Contti, outra de suas 16 identidades, fingiu ter uma patente maior e vendeu motos que seriam leiloadas, Já fingiu ser guitarrista do grupo Engenheiros do Havaii, produtor musical de uma banda famosa, olheiro da seleção, campeão de Jiu-jitsu, policial e até líder do PCC.
Quando esteve preso em Bangu, ele liderou uma rebelião fingindo ser da facção criminosa PCC, sem usar armas, conseguiu que as reivindicações dos encarcerados fossem atendidas, sua lábia também lhe permitiu escapar da cadeia.
Apesar de ter passado a maior parte de seus 29 anos entre mentiras e trapaças, Marcelo só ficou famoso no final de outubro de 2001, naquele ano, foragido da polícia depois de ter sido preso no Acre transportando drogas em um avião que pilotava, deu o seu maior golpe.
Durante quatro dias, se passando por Henrique de Oliveira ou Henrique Constantino, “o filho do dono da Gol”, Marcelo Nascimento Rocha levou vida de bacana no Recifolia, o carnaval antecipado da capital pernambucana. Exibiu-se ao lado de modelos e atrizes, namorou algumas, fez amizade com atores globais e festeiros endinheirados, aproveitou as regalias de um camarote VIP, no Recifolia e das mordomias do Resort Nannai Beach.
Por dois dias teve à disposição um Jatinho e um helicóptero, sem gastar um tostão, consumiu mais de R$ 100 mil nos quatro dias de farra, deu até entrevistas no programa do Amaury Jr. (foto). Quando foi preso no Rio estava abordo do Jatinho Citation 5 (PT-OSD), a quem deu carona a Carolina Dieckmann, Marcos Frota e Ricardo Macchi e o empresário Walter Sá Cavalcante.
6. Milli Vanilli, a dupla pop que não sabia cantar
6. Milli Vanilli, a dupla pop que não sabia cantar
Milli Vanilli foi uma dupla de reggae e pop formada por Frank Farian na Alemanha em 1988 cujos integrantes eram o francês Fab Morvan e germano-americano Rob Pilatus. O álbum de estréia da dupla alcançou altas vendas internacionalmente e eles chegaram a ganhar um Grammy de Melhor Artista Estreante em 1990. Entretanto, o sucesso deles foi por água abaixo quando o prêmio foi revogado depois da revelação de que os supostos cantores não cantavam no disco.
O público começou a questionar o talento da dupla e espalhou-se o rumor de que não eram Morvan e Pilatus os intérpretes das músicas e que a dupla se limitava a fazer uma “representação”. Ao contrário da versão internacional de All or Nothing, os créditos para a versão americana atribuíram claramente as vozes no álbum para Morvan e Pilatus, “irmãos de sangue”.
Em 15 de Novembro de 1990, devido às dúvidas cada vez mais crescentes a respeito da fonte do talento no grupo, bem como a insistência de Morvan e Pilatus para que os deixasse cantar no próximo álbum, ameaçando revelar o esquema, Farian admitiu que os dois não eram os verdadeiros intérpretes, mas sim Charles Shaw, John Davis e Brad Howell.
Farian tinha escolhido esse grupo de pessoas para cantar as músicas mas sabia que precisava de alguém que transmitisse uma outra imagem ao público, uma imagem mais jovem, sensual e fotogênica. Assim, contratou Morvan e Pilatus, dois jovens que tinha conhecido numa discoteca em Berlim, começando uma das maiores fraudes da história da música.
7. Charles Ponzi
7. Charles Ponzi
Charles Ponzi foi um estelionatário italiano radicado nos Estados Unidos, conhecido por ter elaborado a maior fraude do século XX, estimada em 50 bilhões de dólares. O italiano emigrou para os Estados Unidos em 1903 depois de abandonar os estudos na Universidade La Sapienza em Roma. Mudou-se para o Canadá onde foi condenado a três anos de prisão por falsificação de cheque bancário. Retornou aos Estados Unidos onde se tornou um dos maiores trapaceiros de toda a história.
Ele usou diversos nomes durante suas vida de trapaças: Carlo Ponzi, Charles Ponei, Charles P. Bianchi e Carl. Nos anos 1920, arrecadou aproximadamente 20 milhões de dólares de investidores interessados em seu modelo de negócios, que, basicamente, prometia lucros altos decorrentes da arbitragem com cupons postais de resposta intencionais.
A fraude por ele inventada, o “esquema Ponzi”, continua a ser aplicada em versões repaginadas, como, por exemplo, o esquema Telexfree, o “ganhe dinheiro rápido na Internet”, “ganhe dinheiro com imóveis na planta”, “ganhe dinheiro lendo e-mails” etc.
No Brasil, três casos famosos utilizando esse esquema foram: Avestruz Master em 1998, Fazendas Reunidas Boi Gordo em 2004 e TelexFree de 2013. Depois de ser deportado para a Itália, Ponzi emigrou novamente, desta vez para o Brasil, onde terminou seus dias na miséria.
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Existe golpe para tudo infelizmente. Mas mentira e bandidagem em pernas curtas.
Excelente matéria.