Por Gil DePaula
Ninguém ligado as artes falou tanto de Brasília, quanto Renato Russo. Carioca de nascimento, mas Brasiliense de coração, Renato Manfredini Júnior, transformou os amores, as ruas, os parques, a vida e até a violência da cidade em poesia.
Renato, não era apenas um cantor ou compositor, acima de tudo era um poeta que cantava o amor. Como esquecer os versos da música “Acrilic On Canvas“?:
É saudade, então
E mais uma vez
De você fiz o desenho mais perfeito que se fez
Os traços copiei do que não aconteceu …
Como não se emocionar com a violência candanga, transformada em bang-bang, em “Faroeste Caboclo”?
E será possível deixarmos de nos lembrarmos da apocalítica música “Angra dos Reis”:
Mesmo se as estrelas
Começassem a cair
E a luz queimasse tudo ao redor
E fosse o fim chegando cedo
Você visse o nosso corpo
Em chamas!
Deixa pra lá
Em 1987, descobri a Legião Urbana pelo disco “Dois”. Confesso que mais do que canções, vi histórias. Entre satisfeito, surpreso e deleitado, me dei conta que estas histórias eram sobre o Distrito Federal. Me dei conta que pela primeira vez a cidade, que não pode ser restringida apenas ao Plano-Piloto, era cantada em versos e prosa.
O meu embevecimento com as letras das músicas da Legião Urbana, não se prendeu apenas ao disco “Dois”. Resgatado o primeiro disco, a partir de então, não perdi mais nenhum. E curtir muito e dancei muito ao som daquelas fantásticas músicas que, além da poesia, possuíam uma batida contagiante (quem nunca se mexeu ao escutar “Tempo Perdido”?).
Não é à toa que as gerações seguintes à minha, conheceram e amaram a Legião urbana, pois a banda se provou atemporal. Mais do que isto; se mostra imortal, pois a poesia é eterna.
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