O Circo Patético de Inquisição de Omar Aziz e Renan Calheiros

Por Gil DePaula

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Antes de começar a divagar nos caminhos horrorosos que percorre a CPI da covid, deixo claro que não sou bolsonarista e muito menos concordo com os atos do presidente em diversas situações, bem como a falta de sensibilidade e empatia dele para com a vida humana.

Posto isto; é preciso dizer que qualquer pessoa de bom senso, independentemente, do lado político em que se coloca, não aceita que duas figuras nefastas, tais quais Aziz e Renan, possam se arvorar de donos da verdade e posarem de bons moços, pois estão longe de sê-los.

O senador Renan, velha raposa da política brasileira, não passa de um notório corrupto, fato amplamente conhecido, e tem seus passos seguidos pelo colega Omar Aziz, que até hoje está com bens bloqueados e com passaporte retido em razão de investigações que ocorreram dentro da “Operação Maus Caminhos”, considerada por muitos o maior escândalo de corrupção do Amazonas. A esposa do senador e seus irmãos chegaram a ser presos.

Os dois, Aziz e Renan, transformaram a CPI da covid num patético circo inquisitório, que por vezes nos faz lembrar as malditas inquisições da igreja católica em tempos idos. O dois, claramente, mesmo antes da conclusão das investigações, já decidiram que resultado advirá dela.

Tanto Aziz, quanto Renan, têm pesos e medidas diferentes para tratar e arguir os depoentes. Àqueles que compactuam com a linha que eles querem imprimir, o tratamento é benévolo e educado. Aos os que os não rezam pela cartilha deles o tratamento é desrespeitoso e as vezes aviltante.

Do alto de seu pedestal temporário, Aziz, sem nenhum escrúpulo, impõe a vontade dele, e se contrariado solta ameaças aos depoentes, que vão da convocação para depor até a de prisão.

Quando achamos que já alcançamos o picadeiro do circo, somos surpreendidos, mais uma vez, pelas atitudes e comportamento dos dois senadores. Na recente convocação de médicos que defendem o tratamento precoce, Aziz e Renan se superaram. Ambos, se vendo contrariados, não levaram em consideração o cacife médico dos depoentes, e tentavam imputar a narrativa deles contra o tratamento precoce.

Um dos médicos, didaticamente, explicou como aplicava o tratamento aos pacientes, afirmando ter dados mais do que suficientes para comprovar que remédios igualmente a cloroquina e azitromicina, tinham efeitos benéficos nos pacientes de covid, quando aplicados de forma correta. Mesmo assim, o intransigente Aziz, não se conformava e demonstrava a sua negação e contrariedade, traduzido por toda sua aspereza, até mesmo com seus pares.

Entretanto, a atitude de Renan Calheiros beirou a bestialidade: se vendo antagonizado pela narrativa médica, se recusou a questionar os depoentes e retirou-se da comissão, deixando a todos estupefatos. Porém, antes de sair, teve que ouvir de um colega senador, uma pergunta sobre uma atual investigação da polícia federal em Alagoas, que o atingia.
Mas, como já havia decidido, colocou o rabo entre as pernas e se retirou. Todavia, o que podemos esperar de tal personagem?

Outra aberração dessa comissão é a não convocação de governadores, que sabidamente desviaram recursos enviados pelo governo federal.

Para finalizar, somente me resta parafrasear a banda Legião Urbana e perguntar: Que país é este?

 

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