Por Gil DePaula
Recentemente, me tornei avô de dois lindos garotos (é aqui que a baba escorre), que por coincidência nasceram neste ano. O mais velho, nascido em fevereiro, é filho da minha filha. O mais novo, nascido este mês, é filho do meu filho. Ao mesmo tempo que esses nascimentos me trouxeram imensa alegria, trouxeram também, devaneios de lembranças e conjecturas sobre a vida, que apenas confirma a inexorabilidade de certos acontecimentos que nos acompanham, tais quais: nascer, crescer, estudar, trabalhar, adoecermos, copularmos, tornarmo-nos pais, avós e morrermos, pelo menos é assim que acontece com a maioria das pessoas.
Alguns, por decisão própria ou por acontecimentos inesperados, deixam de seguir a cartilha pré-estabelecida pela vida, mas apenas em alguns aspectos, aqueles em que podemos influir, pois a decisão está ao nosso alcance (por exemplo: estudar e casar). Outros, iguais à velhice (desde que não se morra jovem) e à morte, se tornam inquebrantáveis. É ela, a morte, que nos causa os maiores receios e dúvidas sobre o porvir.
O interessante é que aqueles que geralmente seguem a cartilha, são vistos como pessoas mais equilibradas, mais conservadoras, podendo até ser consideradas mais bem sucedidas.
As pessoas que atingem a maturidade, se possuidoras de bom senso, certamente refletem sobre os passos dados em sua trajetória. Em meio às suas lembranças pesam os acertos e os erros porventura cometidos, e tornam essas experiências ensinamentos para o resto da vida.
A adoração que geralmente sentem os avós pelos netos, além do componente familiar, pode se dar também, pelo desejo intimo de cada um, que de certa forma, ele venha a se perpetuar, enxergando nos filhos de seus filhos essa possibilidade.
No nosso mundo, a física e a natureza desafiam os componentes da inexorabilidade. A primeira, a qualquer momento, pode nos apresentar novidades desconhecidas. Pode nos permitir – por meio da ciência – “brincarmos” com ela (a física). Já a segunda reage contra os nossos excessos, modificando aspectos climáticos e nos punindo com sua reação.
A ciência vem brigando contra vários aspectos que sempre nos pareceram imutáveis: os anos vividos tornaram-se mais longos. Os componentes da velhice demoram mais a aparecer comparando-se a décadas anteriores. As doenças recrudescem e os tratamentos estéticos deixam as pessoas mais belas.
Para finalizar, plagiarei o poeta, pois o importante é: “Viver e Não Ter Vergonha de Ser Feliz”. Pelo menos, enquanto for possível.
Livros de Gil DePaula
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