Milton Gonçalves, um dos maiores atores brasileiros que tive a oportunidade de ver atuar, vai deixar saudade. O artista morreu no Rio de Janeiro, nesta segunda-feira, 30/5, aos 88 anos. O ator havia sofrido um AVC isquêmico que o deixou três meses no hospital.
Nascido em 9 de dezembro de 1933, em Minas Gerais, foi contratado antes mesmo da inauguração da Globo, em 1965, ajudando a formar o primeiro elenco de atores da emissora. Também atuou na direção e, na função, esteve à frente de sucessos como Irmãos Coragem (1970).
Atuou em quarenta novelas na Globo, entre elas Sinhá Moça (2006), pela qual foi indicado ao Emmy Internacional como melhor ator. Foi ainda o primeiro brasileiro a apresentar o evento, no mesmo ano: o prêmio de Melhor Programa infanto juvenil, ao lado da atriz americana Susan Sarandon.
Milton era casado com Oda Gonçalves desde 1966, com quem tem três filhos, incluindo o ator Maurício Gonçalves.
Na juventude, foi aprendiz de sapateiro, de alfaiate e de gráfico. Fez teatro infantil e amador até estrear profissionalmente em 1957. Desde então, não parou mais, emocionando o Brasil em papeis marcantes que nunca serão esquecidos.
Milton Gonçalves atuou em outras obras muito marcantes na história da televisão, como Gabriela (1975); Roque Santeiro (1985), Sinhá Moça (as duas versões) e A Favorita (2008). Em 2012, foi Afonso Nascimento em Lado a Lado, que ganhou o prêmio Emmy Internacional.
Sua última novela foi O Tempo Não Para, em 2018. Depois, ainda participou das séries Carcereiros (2018) e Se Eu Fechar os Olhos Agora (2019) e Malhação Toda Forma de Amar (2019, como o juiz Douglas, além de ter sido Papai Noel no especial de Natal “Juntos a Magia Acontece”, no fim de 2019.
Foi diretor de Irmãos Coragem (1970), O Homem que Deve Morrer (1971), os primeiros capítulos da novela Selva de Pedra (1972), Escrava Isaura (1976), À Sombra dos Laranjais (1977) e Gente Fina (1990).
Marcou sua veia humorística em programas de humor. Trabalhou em Fez Bairro Feliz (1965); TV0-TV1 (1966); Balança, Mas Não Cai (1968), como ator e diretor; Chico Anysio Show (1982) e Zorra Total (2005). E conquistou o público infanto-juvenil, como o Professor Leão da Vila Sésamo (1972).
Carreira no Cinema
Carreira no Cinema
Estreou no cinema em 1958 em O Grande Momento. Na década de 1960, esteve em obras como Cidade Ameaçada, Cinco Vezes Favela, Grande Sertão Paraíba, Vida e Morte de um Bandido, Toda Donzela Tem um Pai que É uma Fera, Mineirinho Vivo ou Morto, O Homem Nu, Na Mira do Assassino, O Homem Que Comprou o Mundo, entre outros.
Na década de 1970, esteve em obras como Pedro Diabo Ama Rosa Meia-Noite, As Quatro Chaves Mágicas, Robin Hood. Contudo, no filme Rainha Diaba, lançado em 1975, no qual interpretou o personagem principal, foi eleito Melhor Ator pelo Festival de Brasília. Posteriormente, ainda faria parte de outros longas como Ipanema, Adeus, Ladrões de Cinema, Na Boca do Mundo, O Sol dos Amantes, entre outros.
Na década de 1980, participou de filmes como Eles Não Usam Black-Tie, Aguenta Coração, O Rei do Rio, Um Trem para as Estrelas, entre outros. Na década seguinte, esteve em O Quinto Macaco, O Homem Nu, O Dia da Caça, Orfeu, e muito mais.
Na década de 2000, esteve em obras como Villa-Lobos – Uma Vida de Paixão, Carandiru, As Filhas do Vento.
Em 2003, foi homenageado na 31.ª edição do Festival de Gramado por ter participando em mais de 100 filmes nacionais. Também participou dos filmes da Xuxa em Xuxinha e Guto Contra os Monstros do Espaço, Xuxa e o Tesouro da Cidade Perdida e Xuxa em Sonho de Menina.
Encerraria a década participando de longas como Fica Comigo Esta Noite e A Ilha dos Escravos.
Na década seguinte, participou de obras como Segurança Nacional, Giovanni Improtta, O Duelo, entre outros.
Livros de Gil DePaula
Livros de Gil DePaula
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