Um dos grupos de humor de maior sucesso da televisão brasileira, “Os trapalhões”, que fizeram a alegria da garotada, e também de adultos por muitos anos, continua sendo assunto, mesmo após décadas do seu fim. Um dos assuntos mais polêmicos envolvendo o quarteto foi a primeira separação do grupo, em 1983.
Veremos alguns detalhes sobre cada um desses comediantes e também sobre a briga que levou ao fim esse quarteto de sucesso.
Vou falar um pouco dos seus quatro artistas principais, um a um. E digo principais, porque a história dos Trapalhões é muito longa e muita gente participou do programa.
Didi
Didi
O personagem mais notório dos trapalhões foi, com certeza, Didi Mocó Sonrisépio Colesterol Novalgino Mufumbbo. Didi acabou ficando mais popular e eternizado que seu intérprete, o cearense Antônio Renato Aragão.
Às vezes, Didi usava Sonrisal no lugar de Sonrisépio e, ao mencionar seu nome completo, alertava sempre que o nome Mufumbbo se escrevia com dois “bês” e o nome Mocó, com dois acentos no “o”.
Segundo tenente de infantaria do exército brasileiro, Renato Aragão, que também é bacharel em direito, chegou a ser vítima de um acidente aéreo no estado da Paraíba, quando ajudou no socorro dos outros sobreviventes.
Renato, hoje com 83 anos, ajudou a criar em 1966 um programa chamado Os Adoráveis Trapalhões, com outros artistas, cujo formato acreditou ser fadado ao sucesso.
Realmente o sucesso veria, mas após mudar de emissora em 1974. Estreou na extinta TV TUPI o programa Os Trapalhões, já com os quatro conhecidos integrantes, entre eles Dedé, Mussum e Zacarias.
Em 1977 fundou a Renato Aragão Produções Artísticas Ltda.
Dedé
Dedé
Seu nome na vida real é Manfried Sant’anna, fluminense do município de São Gonçalo, estado do Rio de Janeiro, ficou mais conhecido como Dedé Santana.
Nascido no meio circense, sua mãe era considerada na época a melhor contorcionista da América do Sul. No circo, Dedé foi palhaço, acrobata, trapezista, domador de elefantes e chegou a fazer o terrível Globo da Morte, mas também foi engraxate, verdureiro, ajudante de mecânico, e estudante de contabilidade.
Na fase circense, Dedé chegou a interpretar o palhaço Arrelia no próprio circo do palhaço, mas como trabalhava pela manhã e interpretava o palhaço na matinê, uma vez chegou atrasado para o espetáculo e se esqueceu de pintar o rosto. Mesmo assim, levou o público ao delírio e acabou ficando conhecido como o Palhaço de Cara Limpa.
Quando jovem, foi para a capital tentar a sorte no cinema, mas sem sucesso chegou a passar fome e ficou quase seis meses dormindo nas calçadas de Copacabana durante o dia, e andando à noite para escapar da polícia.
Viveu assim pelo simples fato de não querer voltar para casa derrotado. Como a situação não melhorava, acabou aceitando um emprego de faxineiro em um teatro. Daí passou a trabalhar como contrarregra e no dia em que o ator principal faltou, o diretor propôs a ele que tentasse interpretar o personagem. Sua atuação foi considerada excelente e acabou tornando-se parte do elenco fixo da peça. Acabou conquistando, com essa peça em 1961, o prêmio de Melhor Comediante de Teatro. A sorte foi nossa!
Mussum
Mussum
Antônio Carlos Bernardes Gomes, mais conhecido como Mussum, veio de família humilde. Nasceu no Morro da Cachoeirinha, na zona norte do Rio de Janeiro.
Estudou em colégio interno e serviu por oito anos na Força Aérea Brasileira, onde chegou a ser cabo. Ele também alfabetizou sua mãe. Obteve o diploma de ajustador mecânico junto com uma recomendação de trabalho, e foi trabalhar como aprendiz em uma oficina.
Muitos o consideravam o mais engraçado dos Trapalhões. Ele começou sua carreira artística tocando reco-reco no grupo Os Modernos do Samba. Depois criou o grupo Os Sete Modernos, que veio a se tornar Os Originais do Samba, emplacando vários sucessos.
A carreira de Mussum como humorista começou em 1965, no programa humorístico Bairro Feliz, da TV Globo. Neste show, conta-se que Grande Otelo teria dado o apelido de Mussum ao comediante, referência a um peixe escorregadio e liso, que consegue facilmente sair de situações embaraçosas.
Dizem também que quem aconselhou que o Mussum falasse com ‘is’ no fim das palavras foi o comediante Chico Anysio. Assim nasceram: “como de fatis”, “tranquilis” e “não tem problemis”. Mas o povo não esquece mesmo é do “cacildis”! Infelizmente, ele veio a falecer muito jovem em 1994.
Zacarias
Zacarias
Mauro Faccio Gonçalves era mineiro de Sete Lagoas, e o primeiro de 11 irmãos. Desde pequeno exercitava seu lado artístico, com teatrinho de quintal, usando materiais de sua casa e roupas da família, para representar em suas brincadeiras, sendo que, na escola, já despontava com suas apresentações.
Ingressou na rádio Cultura em 1954, mas em 1957 foi estudar arquitetura em Belo Horizonte. Poucos meses depois, deixou os estudos para trabalhar em programas humorísticos na “Radio Inconfidência” e, nesta mesma época, trabalhou no Banco Comércio e Indústrias.
Durante seu período na rádio, foi convidado para trabalhar na TV Itacolomi, também em Belo horizonte. Com menos de um ano de TV, o ator/humorista se destacou de maneira brilhante e, em 1963, foi convidado por Manuel da Nóbrega a participar do programa A Praça da Alegria.
Em 1965, foi trabalhar na TV Tupi, participou de diversas dublagens, e em 1970 trabalhou na peça A Dama do Camarote, onde mesmo com um papel secundário, ganhou seu primeiro prêmio: Ator Revelação.
Viajou por todo o país com a peça, voltou a se fixar no Rio de Janeiro e ainda na TV Tupi, Mauro criou o personagem “Moranguinho”, inspirado num tipo folclórico de Sete Lagoas.
No programa “Café sem concerto” da TV Tupi, chamou a atenção de Renato Aragão, que o convidou para integrar o grupo Os Trapalhões.
Nos anos 70, Mauro participou de três filmes:”Tô na tua, Ô bicho”, de 1971, “O fraco do sexo forte”, de 1973 e “Deu a louca nas mulheres” de 1977.
Sargento Pincel
Sargento Pincel
Impossível esquecer desse sul mato-grossense de Ladário, que chama-se Edward Guilherme Nunes da Silva, mas que todos o conhecem como Roberto Guilherme, ou pelo nome do personagem que o deixou famoso: Sargento Pincel.
Roberto Guilherme interpretou o Sargento Pincel por mais de trinta anos e sua identificação com o personagem é tamanha que, em determinado momento, Roberto Guilherme afirmou que sua própria família lhe chamava de “Pinça”. O Sargento Pincel contracenava com os trapalhões, mas sempre ficava em segundo plano por não fazer parte do grupo principal.
Início Do Quarteto
Início Do Quarteto
O programa era composto de várias cenas curtas, às vezes com apenas um, dois, três, até mesmo com os quatro Trapalhões. Didi era o esperto cearense, Dedé, o “Galã da Periferia”, Mussum, o malandro que que tinha orgulho de dizer que era natural do morro e Zacarias, o tímido e baixinho mineirinho, com personalidade infantil, uma risada inconfundível e voz bastante fina, como a de uma criança. Era o último programa que as crianças assistiam antes de dormir!
Sucesso
Sucesso
O programa chegou a ser chamado de Os Insociáveis, o que desagradava a Renato Aragão. Ao passar para a TV Tupi em 1974, ele conseguiu mudar o nome para Os Trapalhões
Em 1977 o programa foi para a Rede Globo, onde conseguiu um sucesso enorme. O elenco de apoio também cresceu.
Com tanta união e sucesso, como a briga começou?!
Exigências
Exigências
Em 1977, quando o diretor de operações da TV Globo, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, convidou os Trapalhões para a emissora, Renato Aragão temeu aceitar a proposta, pois não tinha certeza se os Trapalhões se encaixariam lá.
Para não ter que recusar formalmente a proposta, ele fez uma lista de exigências de três páginas na qual determinava quais seriam o diretor, redator e o horário do programa. As exigências foram aceitas e Os Trapalhões mudaram para a Globo.
Empreendedorismo
Empreendedorismo
Ainda em 1977, Renato Aragão fundou a empresa RA – Renato Aragão Produções Ltda., começando numa pequena sala. Hoje, em sua sede própria, controla todos os negócios que envolvem o grupo, tais como: filmes, discos, revistinhas, etc., tendo como atividade maior a própria produção de seus filmes e programas para televisão no Brasil e em Portugal.
Terá sido a empresa um dos fatores que contribuíram para a briga? Afinal, Renato era o único que conseguia ir alcançando algo fora do quarteto, enquanto que os outros ainda gastavam muito do dinheiro que ganhavam, ajudando as famílias que tinham.
A Separação e Briga
A Separação e Briga
O programa passou por um período delicado em 1983, quando os Trapalhões decidiram se separar. Dedé, Mussum e Zacarias romperam com a Renato Aragão Produções, empresa que cuidava dos negócios do grupo, formaram sua própria empresa, a DEMUZA Produções e optaram por seguir sozinhos na carreira cinematográfica e deixar o programa.
A briga foi séria, pois até os dias de hoje ninguém gosta de falar no assunto. Em entrevistas, tanto Didi quanto Dedé, se aborrecem toda vez que a briga que separou o quarteto é trazida à tona.
Separação
Separação
A separação durou cerca de seis meses, período em que Renato Aragão estrelou sozinho o programa.
O ano de 1983 ficou marcado com a produção do filme O cangaceiro Trapalhão, que trouxe efeitos especiais, câmeras e técnicas importadas, o que tornou a obra pioneira no país e contribuiu para a linguagem do cinema brasileiro.
A Demuza, empresa Dos outros Três Trapalhões continuou existindo após a reconciliação, mas passou por maus momentos. Em fevereiro de 1986, a Demuza passou por uma fraude causada por funcionários que cuidavam da parte financeira do trio.
Os colaboradores que recolhiam o dinheiro para os pagamentos de impostos forjaram os recibos em uma máquina registradora roubada do Banco do Brasil.
Apesar do trio não ter culpa alguma, tiveram que arcar com uma dívida milionária. Dedé, por exemplo, perdeu três casas; Zacarias, uma fazenda e Mussum, a mansão que possuía em uma ilha em Angra dos Reis.
A Rede Globo pagou a dívida e descontou do salário do trio por 2 anos. Após o falecimento de Zacarias, Dedé e Mussum, arcaram com a parte da dívida do saudoso trapalhão. A Demuza teve seu fim no início dos anos 90, mas antes já havia trocado de nome para ZDM.
Motivo da Briga
Motivo da Briga
Uns dizem que a briga foi puramente financeira, por conta da divisão desigual que a Renato Aragão Produções aplicava entre os vencimentos de seu fundador e dos outros três. Outros dizem que, como em qualquer relacionamento, chegou um momento em que um não podia nem olhar para cara do outro que brigava.
É aquele processo de saturação total, de desgaste, que muitas vezes vemos acontecer prematuramente em grupos de rock. Será que foi mesmo dinheiro ou apenas imaturidade para lidar com o desgaste do dia a dia?
Discutindo A Relação
Discutindo A Relação
O fato é que a separação durou apenas seis meses e talvez seja por isso que eles diziam (e ainda dizem) que foram apenas férias conjugais. Mas as declarações dos integrantes mudavam de tempos em tempos e acusações acabavam “voando” para todos os lados.
Com os depoimentos mudando tanto, ficou difícil saber a verdade sobre o que aconteceu nos bastidores. No fim, Renato Aragão acabou posando de vilão e alguns fãs passaram a hostilizar, e até mesmo boicotar o antes amado Didi.
Trapalhada
Trapalhada
Outro boato que segue pelos corredores é que a separação teria sido tão breve por ter a reconciliação acontecido através da intervenção direta de José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o “Boni”.
A separação estaria causando problemas para a emissora, que, por força de contrato, teve que alocar os Dedé, Mussum e Zacarias em programas que não tinham muita relação com o seu perfil e muito menos com sua história.
Verdade dos Fatos
Verdade dos Fatos
A verdade dos fatos é que tanto os três colegas, Dedé, Mussum e Zacarias, quanto as suas respectivas famílias, já acusaram Renato Aragão por diversas vezes. Essa carga de denúncias acaba atingindo os fãs, que logo tomam partido, seja lá de que lado estejam.
Algumas vezes exigem que Renato – advogado por formação, líder do grupo e gestor da divisão financeira – ajude seus antigos companheiros e suas famílias.
Críticas E Mais Críticas
Críticas E Mais Críticas
Renato Aragão é frequentemente criticado por não ter prestado auxílio aos familiares dos seus antigos colegas, que passaram necessidade. Chegou a receber processos vindos das famílias dos antigos parceiros.
Em uma entrevista à uma revista de grande circulação, o intérprete de Didi, questionado sobre o desentendimento que resultou na primeira separação do grupo, em 1983, lamentou ter ficado com a imagem de vilão da história, e novamente disse que não gostava de falar do assunto. “Eu fiquei de vilão nessa história, e por isso eu não gosto de falar. Inclusive porque dois companheiros já se foram, e fica muito indelicado.
Realmente mistérios rondam esse grupo. Ele desmente, mas faz tempo que circulam boatos sobre a arrogância de Renato Aragão, especialmente quando é chamado de Didi por algum funcionário.
O famoso “Didi não é meu nome e para você é Doutor Renato!” Sua possível arrogância é assunto corriqueiro em qualquer conversa sobre Os Trapalhões.
Recentemente circulou uma notícia que Renato Aragão teria demitido um funcionário que o chamara de Senhor Didi. Mas essa mesma notícia já circulou em 2012 e 2014.
A Morte Misteriosa do “Zacarias”
A Morte Misteriosa do “Zacarias”
Segundo sua família, Mauro começou em dezembro de 1989, um regime por conta própria durante as férias do programa. Chegou a perder 20 quilos, bem visíveis em seu último filme com os companheiros, “Uma escola Atrapalhada”, de 1990.
Um pouco debilitado devido a fraqueza causada pelo regime malsucedido, Mauro ainda teve forças para gravar uma participação neste filme.
Na TV, Os Trapalhões teriam um novo quadro, intitulado “Trapa-hotel”, cujas gravações estavam previstas para março de 1990. Justamente nesta data, a saúde de Mauro se agravou e o mesmo teve que ser internado, sem antes, porém, pedir aos companheiros que fossem gravando, alegando que logo ele estaria de volta.
Infelizmente, no dia 18 de março, o ator Mauro Faccio Gonçalves veio a falecer.
Regime Mesmo?
Regime Mesmo?
A família nunca aceitou nem admitiu, mas na ocasião da morte de Zacarias, a hipótese que circulou foi a de que ele tivesse sido vítima do vírus da AIDS (SIDA).
A notícia chegou a ser manchete em alguns jornais de grande circulação. Naquela época, havia muito preconceito relacionado a homossexualismo e a nova doença era associada a tal ponto de ser chamada de câncer gay, e uma “caça às bruxas” foi informalmente deflagrada.
Para piorar, o jeito infantil e ingênuo do personagem era associado a homossexualidade. E de acordo com o boletim médico, a causa da morte foi insuficiência respiratória em consequência de uma infecção pulmonar. Uma coisa leva a outra e essa sequência de erros e preconceitos levou ao boato. O que sobrou foi a tristeza de ver esse talento partir com apenas 56 anos de idade.
Abandono
Abandono
Em entrevista concedida a uma outra emissora, a família de Mauro Gonçalves, mais conhecido como Zacarias, fez um desabafo contando que os companheiros de “Os Trapalhões”, Renato Aragão, Dedé Santana e Mussum, nunca mais entraram em contato com a família do humorista após a sua morte em 1990.
Segundo a irmã de Zacarias, os antigos colegas nunca mais deram notícias.
Para essa mesma emissora, o ex-produtor do programa e melhor amigo de Zacarias, Carlos Dias, revelou que o humorista já não se dava bem com o restante do grupo, principalmente com Renato Aragão.
Segundo Carlos, o integrante mais próximo de Mauro era Mussum. E para piorar, a família ainda informou que perdera total contato com a filha adotiva de Zacarias, com quem ficou toda a herança deixada pelo humorista, incluindo um sítio.
Dedé Santana
Dedé Santana
Dedé Santana, em uma entrevista, confessou que não soube administrar toda a fortuna que ganhou, gastando muito, sem ligar para o dinheiro. “Tudo que eu via eu queria comprar, cheguei a ter oito carros na garagem. Não me preparei para essa situação em que estou agora. Perdi tudo. Eu, Mussum e Zacarias perdemos tudo”, declarou ao repórter.
Diz que sobrevive com o dinheiro que ganha em apresentações de teatro e com a renda que recebe de um canal de reprises. Ele colocou à venda a mansão de 27 cômodos avaliada em R$ 2 milhões em que morava em Itajaí, Santa Catarina, para pagar a compra da casa onde mora hoje, no Rio de Janeiro.
Nessa mesma entrevista, já enalteceu Renato: “Eu já precisei do Renato Aragão para pedir dinheiro. Ele não me emprestou, ele deu. E não era pouco. É difícil pedir dinheiro, você fica com uma sensação de incompetência.
A gente tinha muita intimidade para isso”, revelou ele ao repórter, mas ao mesmo tempo afirmou que não se incomodava com o fato de Aragão ganhar mais dinheiro do que ele com Os Trapalhões.
Mesmo com boas lembranças do elenco de Os Trapalhões, o ator não conseguiu esconder as mágoas que guarda de outros artistas e profissionais da TV. “Quando você está no auge, você tem 500 amigos. Quando você cai um pouquinho, as pessoas parecem que se escondem. Isso dói”, confessou.
Dedé contou que recusou um papel em um dos filmes do amigo Didi, e ainda admitiu: “Ele escrevia, organizava. Se não fosse ele, o grupo não existiria. Pode até ser que sim, que eu tenha sido ingrato com o Renato. Já pedi desculpas a ele”.
Dos amigos Mussum e Zacarias, o ator se lembra com carinho. “Mussum me chamava de compadre. O Zacarias me ajudava muito. Para mim era o grande ator, era um tremendo apaziguador. Qualquer ‘rusguinha’ que tinha em nosso grupo, ele falava: ‘Não, espera aí!”. O tempo sempre apaga as mágoas do passado, não é mesmo?
Bilheterias
Bilheterias
Numa época de Brasil fechado, o brasileiro tinha pouca coisa para alegrar sua vida e uma delas era a tradição do filme dos Trapalhões nas férias de fim de ano. O sucesso era tremendo! Tanto que as bilheterias confirmam.
Vejamos alguns exemplos dentro da extensa filmografia do grupo:
3° lugar com O Trapalhão nas Minas do Rei Salomão de 1977, com 5,8 milhões de espectadores;
5° lugar com Os Saltimbancos Trapalhões de 1981, com 5,2 milhões;
6° lugar com Os Trapalhões na Guerra dos Planetas, 1978, com 5,1 milhões;
7° lugar com O Cinderelo Trapalhão, 2007, com 5 milhões;
8° lugar com Os Trapalhões na Serra Pelada de 1982, com 5 milhões;
9° lugar com O Casamento dos Trapalhões de 1988, com 4,8 milhões de bilhetes vendidos.
Como Começou Os Trapalhões
Como Começou Os Trapalhões
Mas o formato vinha de longa data. Sua estreia ocorreu em 1966, ainda com o nome Os Adoráveis Trapalhões, que também apresentava quatro tipos: o galã Wanderley Cardoso, o diplomata Ivon Cury, o nervosinho Ted Boy Marino e o palhaço Renato Aragão. Depois veio o Manfried Sant’Anna.
Somente em 1974, com a entrada de Antônio Bernardes e Mauro Faccio, consolidou-se o grupo que iria mais tarde tornar-se um dos mais famosos da TV brasileira.
Reconciliação
Reconciliação
No fim do mesmo ano da briga, apesar das coisas estarem um pouco diferentes, o quarteto se reuniu, a Demuza produziu filmes em conjunto com a Renato Aragão Produções, o programa de TV voltou reformulado e o principal: o filme das férias estava garantido.
Mas, infelizmente, quis o destino levar o querido Zacarias em 1990, o que quase causou o fim do grupo, que terminou com a morte de Mussum, no ano de 1994.
Ficaram as saudades! Porém, o quarteto está imortalizado na imensa filmografia e nos programas que podemos ver nas reprises até os dias de hoje!
E a briga? Bom, a briga não pode ser mais importante que o legado desses talentosos comediantes.
Ô da poltrona!
Cacildis, Gil…!
Livros de Gil DePaula
Livros de Gil DePaula