Por Gil DePaula
Vivemos em tempos de certezas frágeis e lealdades irracionais. Em meio a escândalos que se sucedem com impressionante frequência – como os mais recentes envolvendo os Correios e a Petrobras –, uma parcela significativa dos apoiadores da esquerda continua trancada em uma bolha ideológica hermética. Nessa bolha, Lula é sempre inocente, seus aliados são vítimas do “sistema” e qualquer denúncia de corrupção é tratada como conspiração da mídia ou perseguição judicial.
Essa defesa cega e persistente, mesmo diante de evidências documentais, investigações consistentes e confissões explícitas, ultrapassa o campo da ingenuidade. Torna-se uma forma de negação deliberada, uma obstinação que beira a hipocrisia. Ou talvez seja algo ainda mais preocupante: a completa abdicação da racionalidade em nome de uma fé política travestida de justiça social.
Afinal, que espécie de justiça é essa que tolera o saque de estatais, a destruição de instituições e o enriquecimento ilícito dos “companheiros”? Que tipo de moral é essa que se indigna seletivamente, que grita contra a corrupção dos outros, mas fecha os olhos para as falcatruas cometidas pelos seus?
O mais curioso é que muitos desses defensores da esquerda se imaginam como os paladinos da ética, da democracia, dos direitos humanos. Usam discursos inflamados sobre empatia, igualdade e “o bem comum”, mas relativizam crimes quando cometidos por aqueles que consideram aliados da “causa”. É a velha máxima do “rouba, mas faz” adaptada ao progressismo: “errou, mas é do povo”.
Essa bolha ideológica é confortável. Dentro dela, a realidade é moldada para se adequar à narrativa. Fatos inconvenientes são descartados, culpados são santificados e qualquer crítica é taxada como “fascismo”, “elite opressora” ou “ódio de classe”. A verdade, nesse universo paralelo, é apenas um detalhe incômodo a ser reinterpretado ou ignorado.
Enquanto isso, o país paga a conta. A máquina pública continua a ser loteada, os recursos drenados, e a população – sobretudo a mais pobre – permanece refém de governos que prometem libertação, mas entregam dependência e miséria.
Talvez ainda seja possível despertar parte dessas consciências adormecidas. Mas, para isso, seria necessário romper o encantamento da ideologia, exigir responsabilidade de todos – inclusive dos “nossos” –, e reconhecer que ninguém está acima da crítica. Nem mesmo um ex-metalúrgico que virou mito para uns e mártir para outros.
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Terras dos Homens Perdidos – Gil DePaula (2017)
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Terras dos Homens Perdidos, de Gil DePaula, é uma ficção histórica que explora a fundação de Brasília e o impacto da construção da nova capital na vida de brasileiros comuns. A narrativa é ambientada entre 1939 e 1960 e segue o drama de Maria Odete, uma mulher forte e resiliente, que relembra seu passado de desafios e desilusões enquanto enfrenta as dores do parto. Sua trajetória é entrelaçada com a história de dois fazendeiros rivais e orgulhosos, ambos chamados Antônio, que lutam pelo poder em meio a uma teia de vingança, traição e tragédias pessoais.
A obra destaca o cenário do interior brasileiro e a saga dos trabalhadores que ergueram Brasília com suor e sacrifício. Gil DePaula usa seu estilo detalhista para pintar um retrato das complexas interações humanas e sociais da época, onde paixões e rivalidades moldam o destino de seus personagens e refletem as transformações de uma nação. A obra combina realismo com uma narrativa de intensa carga emocional, capturando tanto a grandeza da construção da capital quanto as pequenas tragédias pessoais que marcaram sua fundação.
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