Gil DePaula
Ontem fui ao cinema assistir ao tão aguardado novo filme do Superman, dirigido por James Gunn e estrelado por David Corenswet, Nicholas Hoult e Rachel Brosnahan. Confesso que fui com o pé atrás — afinal, estamos falando de mais uma tentativa de “reiniciar” o universo da DC nos cinemas, algo que, nos últimos anos, tem mais tropeçado do que acertado. Mas para minha surpresa, saí da sessão com uma sensação rara: leveza. Uma espécie de esperança reconectada com aquilo que o Superman representa desde sempre.
O tom do filme é bem diferente dos longas anteriores. A ação está lá — explosões, voos, pancadaria — mas tudo vem envolto em uma atmosfera quase inocente, como se estivéssemos voltando ao espírito dos quadrinhos clássicos. E isso, para mim, foi um acerto.
O enredo gira em torno da inveja de Lex Luthor, interpretado com frieza por Nicholas Hoult. Ele não é um vilão grandioso ou maquiavélico, mas sim um homem profundamente incomodado com a existência de alguém como o Superman. E é essa inveja — sentimento tão humano — que o move a querer destruir tudo o que o herói representa.
Superman, aliás, apanha bastante no filme. Há momentos em que parece que ele mal vai conseguir se reerguer. Mas mesmo assim, ele continua — firme em seus princípios, tentando sempre fazer o bem. E talvez seja essa perseverança moral, em tempos tão cínicos, que faz deste filme algo especial.
Kripto: o herói mais carismático do filme
Agora, sejamos sinceros: quem rouba a cena é o Kripto (lembrou a minha cachorrinha – risos) , o cachorro superpoderoso. O bicho é uma mistura de caos e fofura, com uma presença em cena que arranca risos e emoção. Ele tem carisma de sobra e, a cada vez que aparecia, o público reagia com entusiasmo. Nunca pensei que sairia de um filme do Superman falando mais do cachorro do que do herói, mas cá estou eu. E não sou o único — nas redes sociais, o Kripto já virou meme, queridinho e até inspiração para adoção de cães.
Outros super-heróis também aparecem na trama. Lanterna Verde, Mulher-Gavião, Sr. Incrível… mas são quase coadjuvantes decorativos. O único que ganha um pouco mais de destaque é o Sr. Incrível (Mr. Terrific), que protagoniza boas cenas e dá sinais de que pode crescer em futuros filmes. Os demais estão ali mais para “preparar o terreno” do que para brilhar.
David Corenswet entrega um Clark Kent/Superman carismático, gentil, com o olhar puro de quem acredita, de verdade, na bondade das pessoas. Ele não é um deus distante, nem um justiceiro sombrio. É um cara tentando fazer o certo em um mundo confuso. E isso é refrescante. A Lois Lane de Rachel Brosnahan também convence — forte, sagaz, e com uma química sincera com Clark, mesmo que o roteiro não lhe dê tanto espaço quanto poderia.
Esse novo Superman talvez não agrade a todos. Há quem vá reclamar da “falta de grandiosidade”, do tom mais leve, da trama mais emocional do que épica. Mas, sinceramente? Em tempos tão carregados de violência, discursos de ódio e desesperança, foi um respiro ver um filme que resgata valores simples: coragem, bondade, amizade — até mesmo a inocência de acreditar que um cachorro pode salvar o dia.
Não é um filme perfeito. Mas é um bom recomeço. E, se continuar nesse caminho, talvez a DC finalmente reencontre o seu lugar nas telonas.
Enquanto isso, fico com a imagem do Kripto correndo feliz pelos céus, e com um sorriso no rosto.
Até a próxima!
Gil DePaula
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