Fux: Tocando Fogo no Parquinho

Fux-1024x683 Fux: Tocando Fogo no Parquinho

O voto do ministro Luiz Fux, proferido no dia 10 de setembro de 2025, representou um momento de divergência técnica e meticulosa no julgamento que acusa Jair Bolsonaro e outros sete réus de tentativa de golpe de Estado, organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito — como já haviam votado o relator Alexandre de Moraes e o ministro Flávio Dino, ambos pela condenação.

Coerência com jurisprudência e segurança jurídica

Fux baseou seu voto em pilares constitucionais sólidos: reafirmou que, cessado o exercício da função pública, desaparece a prerrogativa de foro especial — um entendimento pacífico na jurisprudência — e que, portanto, o STF seria incompetente para processar o ex-presidente Bolsonaro e os demais réus, que já não ocupavam cargos à época dos crimes.

Além disso, destacou que a mudança interpretativa do foro, aprovada em março de 2025 — que tornaria possível julgar ex-servidores mesmo após perderem o cargo — não poderia retroagir aos fatos de 2021–2023, sob pena de violar os princípios do juiz natural e da segurança jurídica.

Por isso, concluiu que havia incompetência absoluta do STF, impondo a nulidade de todos os atos decisórios praticados até o momento.

Defesa do contraditório e crítica ao document dumping

Outra base da divergência de Fux foi a correta aplicação do devido processo legal. Ele acolheu a alegação de cerceamento de defesa, apontando que os advogados tiveram acesso tardio a um imenso volume de provas — mais de 70 terabytes enviados poucos dias antes do início das oitivas — o que prejudicou qualquer atuação plena e lauda apropriada dos autos (o chamado document dumping).

Competência correta e tribunal adequado

Fux também questionou a competência da própria Primeira Turma do STF para julgar o caso, argumentando que, caso o processo não fosse nulo, deveria ao menos ser deslocado ao Plenário da Corte, por envolver cuidado especial dada a natureza das imputações e a condição de ex-presidente de Bolsonaro.

Técnico-jurídico em contraponto à narrativa política

Com uma fala marcada pela técnica jurídica, Fux lembrou que o STF não deve exercer um juízo político, mas sim afirmar o que é constitucional, legal ou ilegal, agindo com objetividade e rigor técnico.

Ele também citou o ensinamento de Evaristo de Moraes de que os fatos devem se ajustar ao tipo penal “como uma luva encaixa na mão”, distanciando-se da abordagem que se funda em convicções políticas ou presumidas antes da análise jurídica.

Consequência e coerência

O voto de Fux emerge, portanto, como uma defesa firme dos instrumentos normativos constitucionais, da segurança jurídica e do direito de ampla defesa. Sua divergência não buscou absolvição automática por simpatia — ele questionou o como e o quem julga, com base técnica e jurisdicional. Tal postura encerra coerência doutrinária e aderência ao princípio do Estado de Direito.

Fux incendiou o debate ao tornar visível a fragilidade jurisdicional do processo à luz da Constituição, da defesa e da lógica jurídica, lembrando que, antes de julgar culpado ou inocente, o tribunal deve estar no campo firme da competência, da imparcialidade e do respeito ao devido processo legal demonstrando força simbólica e o rigor técnico em seu voto no julgamento desta quarta-feira, 10 de setembro de 2025.

Conheça Outras Publicações do Portal

Clique na imagem

Livros de Gil DePaula

www.clubedeautores.com.br — www.editoraviseu.com.br — gildepaulla@gmail.com

Terras dos Homens Perdidos – Gil DePaula (2017)

https://clubedeautores.com.br/livro/terras-dos-homens-perdidos

TDHP-1-1024x585 Fux: Tocando Fogo no Parquinho

Terras dos Homens Perdidos, de Gil DePaula, é uma ficção histórica que explora a fundação de Brasília e o impacto da construção da nova capital na vida de brasileiros comuns. A narrativa é ambientada entre 1939 e 1960 e segue o drama de Maria Odete, uma mulher forte e resiliente, que relembra seu passado de desafios e desilusões enquanto enfrenta as dores do parto. Sua trajetória é entrelaçada com a história de dois fazendeiros rivais e orgulhosos, ambos chamados Antônio, que lutam pelo poder em meio a uma teia de vingança, traição e tragédias pessoais.

A obra destaca o cenário do interior brasileiro e a saga dos trabalhadores que ergueram Brasília com suor e sacrifício. Gil DePaula usa seu estilo detalhista para pintar um retrato das complexas interações humanas e sociais da época, onde paixões e rivalidades moldam o destino de seus personagens e refletem as transformações de uma nação. A obra combina realismo com uma narrativa de intensa carga emocional, capturando tanto a grandeza da construção da capital quanto as pequenas tragédias pessoais que marcaram sua fundação​.

Para saber mais sobre o livro ou adquirir uma cópia, você pode encontrá-lo em sites como o Clube de Autores ou por meio do e-mail:

gildepaulla@gmail.com

O Baú das Histórias Inusitadas

https://clubedeautores.com.br/livro/o-bau-das-historias-inusitadas-2

O-Bau-das-Historias-Inusitadas-1024x683 Fux: Tocando Fogo no Parquinho

Abra o baú, tire a tampa da imaginação e prepare-se para um banquete literário!

Nessa coletânea de 18 contos temperados com pitadas de ficção científica, goles de aventura, colheradas generosas de ironia e uma lasquinha de romance, o que você encontra é um cardápio para o espírito — daqueles que alimentam o riso, o susto e a reflexão.

Cada história é uma cápsula do inesperado: ora te joga no passado, ora no futuro, ora te deixa rindo de nervoso. Ideal para quem lê aos goles ou engole de uma vez.

“O Baú das Histórias Inusitadas” é leitura para todos os gostos — principalmente – – para quem gosta de se surpreender.

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado Campos obrigatórios *

*

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.

%d blogueiros gostam disto: