Por Gil DePaula
O radicalismo, seja ele de esquerda ou de direita, tem produzido episódios que revelam o quanto a sociedade contemporânea se afasta do mínimo de humanidade e compaixão. A morte de Charlie Kirk, por exemplo, foi recebida por alguns setores com comemorações grotescas, como se a dor da perda pudesse ser motivo de riso ou satisfação. O mesmo se viu em manifestações semelhantes, como a de Eduardo Bueno, que escancararam uma lógica perversa: a de que o adversário político deixa de ser um ser humano e passa a ser apenas um inimigo a ser ridicularizado, odiado e eliminado.
Essa mesma mentalidade, embora travestida de diferentes bandeiras, se repete em vários contextos. Entre aqueles que se dizem cristãos, é frequente observar discursos de ódio e desejos de sofrimento alheio. Não são poucos os que, ao se referirem às pessoas envolvidas nos acontecimentos de 8 de janeiro, expressam satisfação em vê-las condenadas a punições que beiram a desumanidade. Jovens e idosos, muitos deles movidos por ilusões ou manipulações, são tratados como inimigos a serem esmagados, e não como irmãos que erraram e que precisam de correção dentro da justiça, mas também de misericórdia.
A contradição é evidente: quem se diz cristão não pode compactuar com nenhum tipo de agressão, ódio ou comemoração da desgraça alheia. O Cristo não ensinou vingança, mas perdão; não pregou a condenação implacável, mas a reconciliação; não pediu para amar apenas os que pensam igual, mas justamente aqueles que nos ofendem e nos perseguem. Quando um cristão celebra a dor de outro, ainda que este tenha errado, demonstra que não compreendeu a mensagem central do Evangelho.
O radicalismo cega e desumaniza. Faz da política um campo de guerra, da convivência social uma arena de gladiadores, e da fé um instrumento de legitimação do ódio. Se quisermos realmente honrar o legado de Cristo, é preciso romper com essa lógica. É preciso resgatar a fraternidade, a empatia e o diálogo, lembrando que nenhum projeto político — seja ele de direita ou de esquerda — pode justificar a perda de nossa humanidade.
No fim, o que realmente importa não é quem “venceu” o debate ou a disputa, mas se conseguimos, mesmo em meio às diferenças, agir como filhos de um mesmo Deus, reconhecendo no outro — ainda que adversário — alguém digno de dignidade, respeito e amor.
Em tempo: se você compactua com ataques e agressões, não tenha a pachorra de se dizer Cristão!
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Livros de Gil DePaula
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Terras dos Homens Perdidos – Gil DePaula (2017)
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Terras dos Homens Perdidos, de Gil DePaula, é uma ficção histórica que explora a fundação de Brasília e o impacto da construção da nova capital na vida de brasileiros comuns. A narrativa é ambientada entre 1939 e 1960 e segue o drama de Maria Odete, uma mulher forte e resiliente, que relembra seu passado de desafios e desilusões enquanto enfrenta as dores do parto. Sua trajetória é entrelaçada com a história de dois fazendeiros rivais e orgulhosos, ambos chamados Antônio, que lutam pelo poder em meio a uma teia de vingança, traição e tragédias pessoais.
A obra destaca o cenário do interior brasileiro e a saga dos trabalhadores que ergueram Brasília com suor e sacrifício. Gil DePaula usa seu estilo detalhista para pintar um retrato das complexas interações humanas e sociais da época, onde paixões e rivalidades moldam o destino de seus personagens e refletem as transformações de uma nação. A obra combina realismo com uma narrativa de intensa carga emocional, capturando tanto a grandeza da construção da capital quanto as pequenas tragédias pessoais que marcaram sua fundação.
Para saber mais sobre o livro ou adquirir uma cópia, você pode encontrá-lo em sites como o Clube de Autores ou por meio do e-mail:
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O Baú das Histórias Inusitadas
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“O Baú das Histórias Inusitadas” é leitura para todos os gostos — principalmente – – para quem gosta de se surpreender.