O ESPORTE DE LUTO: MORRE DJALMA SANTOS

Djalma-Santos O ESPORTE DE LUTO: MORRE DJALMA SANTOS

Uma única frase resume a vida de Djalma Santos: ele foi o melhor lateral-direito de todos os tempos. Campeão mundial com a Seleção Brasileira em 1958 e 1962, o atleta paulistano participou ainda das Copas de 1954 e 1966. Foi ídolo na Portuguesa, no Palmeiras e no Atlético-PR, os três clubes que defendeu em mais de duas décadas de carreira. Internado desde o início de julho no Hospital Dr. Hélio Angotti, em Uberaba (MG), cidade onde morou nos últimos 30 anos, Djalma Santos não resistiu às complicações de uma pneumonia e faleceu às 19h30 de ontem, aos 84 anos de idade, vítima de uma parada cardiorrespiratória. O coração e os pulmões do “Homem de Aço”, que tanto trabalharam pelo futebol, perderam o jogo para o implacável tempo.

“Djalma Santos põe, no seu arremesso lateral, toda a paixão de um Cristo Negro”, definiu o jornalista e dramaturgo Nelson Rodrigues. A devoção de Djalma, no entanto, não estava somente nos verdadeiros “cruzamentos com as mãos” para a grande área, jogada que ele popularizou. O lateral-direito foi um dos primeiros defensores a ir ao ataque com voracidade em uma época em que laterais mal passavam do meio-campo. As poderosas jogadas de fundo na área adversária, porém, não significavam descuido defensivo. Com fôlego invejável, ele aparecia ora como ponta-direita ora como marcador implacável – o que lhe rendeu outro apedido, o de “Muralha Brasileira”.

Homem de Aço, Cristo Negro, Muralha Brasileira ou simplesmente Djalma Santos, o eterno lateral-direito da Seleção Brasileira e do Palmeiras nasceu, na verdade, como Dejalma dos Santos. Ao longo de uma juventude sofrida, ele superou inúmeras adversidades para tornar-se uma verdadeira lenda do futebol internacional mesmo sem ser um artilheiro. Ao longo de 16 anos de Seleção Brasileira, ele marcou apenas três gols. O talento e a dedicação, no entanto, alçaram o jogador ao patamar de craque em uma posição onde poucos no mundo conseguiram se destacar tanto. Pai da camisa 2, ele foi a inspiração para laterais-direitos como Carlos Alberto Torres, Leandro e Cafú, herdeiros da dinastia do bicampeão mundial.

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