Por Gil DePaula
Em 1985, após duas décadas de ditadura militar, o mineiro Tancredo Neves assumiria a presidência do Brasil. Porém, o destino com suas artimanhas pregaria mais uma peça nos brasileiros: o velho político que havia sido governador, ministro do governo Vargas e primeiro-ministro após a derrubada de Jango, morreria às vésperas de sua posse.
Aquela morte causaria uma verdadeira comoção nacional. Afinal, depois da luta pelas “diretas já” que deixou o povo e seus artífices com um gostinho amargo, por não consegui concretizá-la, teríamos, ainda que eleito indiretamente, o primeiro presidente civil, e com ele algumas das nossas esperanças renovadas. Interrompidas essas esperanças, teve o povo brasileiro que se contentar com a posse do vice-presidente José Sarney, figura ligada aos militares.
Durante o mandato de José Sarney, foram restabelecidas as eleições diretas para presidente, prefeito e governador. O Congresso aprovou o direito de voto para os analfabetos, e a nova Constituição brasileira foi promulgada.
Entretanto, seu governo também notabilizou-se por acusações de corrupção, com acusações de superfaturamento e irregularidades em licitações públicas e de favorecimento político nas concessões de emissoras de rádio e TV.
No campo econômico, foram implementados diversos planos de combate à hiperinflação (Plano Cruzado 1 e 2, Bresser e verão), mas todos fracassaram, e ao fim do governo Sarney o país estava mergulhado na recessão.
Passados, agora, quase trinta anos, temos a morte de um politico que também causa comoção (guardada as devidas proporções) e que parecia poder ser um sopro de esperança para a renovação das lideranças do país.
Eduardo Campos, morto nesse último de 13, para muitos representava uma terceira via. Aliado à Marina Silva, que nas últimas eleições teve expressivos vinte milhões de votos, demonstrava a cada dia seu poder de crescimento, tornando-se uma alternativa viável para aqueles que rejeitam Dilma e Aécio.
O principal problema quando se perde uma liderança que desperta, é a dificuldade que o país possui em produzir lideres que além de carismáticos sejam íntegros e competentes.
No Distrito Federal temos um governador que é médico, de baixo carisma e que não cumpriu com a simples promessa que fez nas últimas eleições de melhorar a saúde. Aliás, são pouquíssimos os políticos eleitos que cumprem um bom percentual da agenda prometida.
No cenário nacional e particularmente no Distrito Federal, não enxergo nenhuma liderança que possa agregar competência e valores éticos e, enquanto não os tivermos, sofreremos as perdas e danos da sua decorrência.
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