Sérgio Moro: 93 Condenações, 3 Bilhões Devolvidos, e Há Quem é Contra Ele

Por Jordan Campos

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O que justifica pessoas serem contra um juiz federal que conseguiu até o momento condenar 93 pessoas por crimes de corrupção e trazer de volta aos cofres públicos 3 bilhões de reais? Resposta – O PAVOR de compreender que foi TRAÍDO. Vamos entender…

Brasil, famoso pela fala comum de que “rico não vai para a prisão” e que “políticos corruptos acabam em pizzarias rindo de nossas caras”, aí surge um Juiz com método de ação objetivo e discreto. Apaixonado pela ação de Juízes americanos e inspirado na “operação mãos limpas” da Itália, que prendeu empreiteiros, políticos e cia.

Eis que este juiz compõe o coração da maior operação anticorrupção da história deste lindo País, nomeada de “Lava Jato”. O que começou com um grampo que levou à prisão da esposa de um doleiro que carregava euros na calcinha e culminou num rastro imenso de ligações criminosas, tem atualmente os seguintes números: 24 fases em sua alçada e mais de 1,1 mil procedimentos investigados, condenou 93 pessoas com penas totais de 990 anos de prisão, entre estas dos empreiteiros mais ricos e blindados do País, doleiros, políticos com foro privilegiado – incluindo um senador, assessores, banqueiros. E que devolveu aos cofres públicos até o momento R$ 3 bilhões dos R$ 21,8 bilhões que nos foi roubado nos crimes investigados.

Oras, não era isso que o povo sempre sonhou? Prender os corruptos, os ricos ilegais e os políticos “do mal”? Dentre todos estes números da Lava Jato temos políticos de praticamente todas as siglas, incluindo PT, PSDB, PMDB. Chegamos a pensar que o que está acontecendo hoje jamais poderia acontecer aos nossos vivos olhos. O que justifica então que pessoas supostamente inteligentes critiquem e queiram “acabar” e até prender e exonerar o Moro? Aos ignorantes é a ignorância. Mas a resposta mais complexa começa a ser desenhada e entendida na crença da impunidade como uma verdade maior. Uma crença tão enraizada que pode se transformar em verdade ortodoxa para nosso significado e interpretação do mundo. Junte isto a uma grave “Síndrome de Estocolmo”, na qual nos afeiçoamos a quem pode nos destruir. Junte isso a uma mitificação tal qual paixão crônica por uma figura chamada Lula e um partido que que já gerou esperanças. A resposta para esta fixação em não conseguir ver a realidade, entender que as máscaras caíram, e até o que áudios claros revelam repousa então no medo de entender que você foi enganado – NINGUÉM QUER SER TRAÍDO – e querer nos cegar para não admitir que dedicamos anos ao nosso amor é uma estratégia de autoproteção. Buscar desculpas num passado que não existe mais. O medo do rompimento até do que sabemos fazer mal. Este processo de negação é a mesma estrutura psíquica daquela mulher que apanha, que é traída, sufocada por uma relação perversa e mesmo assim insiste em defender o marido para a família e não consegue se desvencilhar, POIS ESTÁ ATRELADA AO SÍMBOLO DE SER SUA ESPOSA, e não abre mão deste status, mesmo se matando.

O nosso cérebro se divide em zonas racionais e subjetivas-emotivas. Um hipnólogo para fazer uma hipnose, desliga o centro racional e faz com que a outra parte aceite qualquer sugestão e comando. Uma das maiores formas de hipnose é a paixão por alguém ou uma causa, a carência existencial que deixa a identidade vulnerável, drogas, vícios e medo. Uma pessoa que possa simplesmente ver os números do Moro e da Laja Jato e que se ache na pureza de significar isto como algo contrário ao bem do Brasil, com tantos fatos e provas, está em hipnose grave. Esta pessoa muitas vezes nem sabe que isto está acontecendo em sua mente e vai defender com tramas e versões surreais por pura defesa, mas está afetada por este conjunto de fatores explicados acima. Tem medo da morte e do luto de quebrar suas crenças e heróis, e infantilmente bate o pé e fecha os olhos gritando para sua alma que os fatos não são verdadeiros.

O juiz Sérgio Moro é a maior figura anticorrupção da nossa história brasileira. Não sou eu que diz isso, são os números. O que chamam de “excessos do Moro” é na verdade o descostume de se ver pulso forte sobre a Constituição ser seguida à risca. É tão fora do senso comum ver estes números de prisões, condenações, desmonte de esquemas de décadas e restituições em 2 curtos anos, que parece exagerado e louco ao nosso cérebro que nunca se educou para entender que isso fosse possível. Mas simplesmente é a Lei sendo cumprida. Nada irá ser provado contra o Moro – está tudo na Lei. Mas alguns poucos advogados e juristas que têm verdadeira inveja do seu trabalho e números se remoem como a raposa que desdenha mas quer “comprar”.

Não escrevi este texto para tentar convencer ninguém contrário ao Moro, Impeachment e cia., pois já expliquei a hipnose e a necessidade de manter o símbolo como quem perde e protege uma parte de si mesmo. Sonhos mortos viram carniça, mas é normal se acostumar ao fedor e não reparar no que se carrega. Escrevo este texto para que você que comemora a maior limpeza de corrupção já feita no País e ainda longe de terminar, possa compreender o que se passa na mente de quem é contra o Moro e a Lava Jato com fervor estranho. Que venha o Aécio, Cunha, Renam e quem mais possa. Respostas do tipo “É golpe”; “Comprado pela Globo” não serão levadas a sério sem provas. Enfim… E se na linha sucessória para presidente só sobrar o Tiririca de honesto, pelo menos teremos um palhaço de profissão na presidência.

 

Livros de Gil DePaula

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3 Comentários

  1. FALOU TUDO,MUITO BOM.

  2. Coisa linda esse texto, nos mínimos detalhes. Sou obrigado a compartilhar.
    Abraços

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