Por Gil DePaula
Segundo os cientistas e historiadores, os humanos surgiram na África Oriental há cerca de 2,5 milhões de anos, a partir de um gênero anterior de primatas chamado Australopithecus, que significa “macaco do Sul”. Por volta de 2 milhões de anos atrás, alguns desses homens e mulheres arcaicos deixaram sua terra natal para se aventurar e se assentar em vastas áreas da África do Norte, da Europa e da Ásia.
Como a sobrevivência nas florestas nevadas do norte da Europa requeria características diferentes das necessárias à sobrevivência nas florestas úmidas da Indonésia, as populações humanas evoluíram em direções diferentes. O resultado foram várias espécies distintas, tais quais: Homo soloensis, Homo denisova, Homo rudolfensis, o Homo ergaster, Homo neanderthalensis e a nossa espécie o Homo Sapiens, que foi a que eliminou as outras e sobreviveu até os dias atuais. Mas por que isto foi possível? Foi possível por causa da linguagem desenvolvida pelo Homo Sapiens. O que, então, há de tão especial em nossa linguagem? A resposta mais comum é que nossa linguagem é incrivelmente versátil. Podemos conectar uma série limitada de sons e sinais para produzir um número infinito de frases, cada uma delas com um significado diferente. Podemos, assim, consumir, armazenar e comunicar uma quantidade extraordinária de informação sobre o mundo à nossa volta.
Uma segunda teoria concorda que nossa linguagem singular evoluiu como um meio de partilhar informações sobre o mundo. Mas as informações mais importantes que precisavam ser comunicadas eram sobre humanos, e não sobre leões e bisões. Nossa linguagem evoluiu como uma forma de fofoca. De acordo com essa teoria, o Homo Sapiens é antes de mais nada um animal social. A cooperação social é essencial para a sobrevivência e a reprodução.
Sendo um animal social, o homem, além da família, necessita de um circulo de amizade, até como forma de continuar sua evolução.
Recordo-me do meu primeiro amigo, aquele amiguinho que não lembro mais o seu nome e tão pouco as suas características faciais, mas lembro das nossas brincadeiras correndo um atrás do outro e como nos divertíamos. Depois, os colegas da escola primária em grupos distintos formando os “Clubes da Luluzinha e do Bolinha”. Na época, menino brincando com menina e vice-versa era algo estranho.
Na adolescência, provavelmente pelo despertar sexual e por ter o poder de discernimento mais aguçado, as amizades deixam o casulo masculino e feminino e se integram. Creio que nessa época ocorra o ápice da construção das amizades mais intimas, aquelas das confidências, da turma que se portam de maneira padronizada, com os mesmos gostos e roupas parecidas, etc. Amizades eternizadas muitas vezes apenas na recordação.
Amigos são aqueles que nos amam ou amaram, são aqueles que sempre se lembram de nós ou nos esqueceram, são aqueles que nos provaram no dia-a-dia sua amizade, ou aqueles que nos decepcionaram. Quantos de nós não nos decepcionamos a encontrar um amigo que se portou como se não existíssemos? E quantos de nós ficamos rindo à toa quando inesperadamente somos lembrados por um amigo que não víamos a tempo?
Ao longo dos meus 60 anos vividos tive dezenas e dezenas de amigos, alguns partilham comigo até hoje a convivência mútua e pessoal, outros pelas redes sociais e alguns sei que estão bem e passo anos sem notícias deles, porém, quando nos encontramos parece que nunca estivemos distantes.
Como disse o poeta “Amigo é coisa para se guardar debaixo de sete chaves dentro do coração”. A vocês que um dia foi um amigo presente e hoje está ausente, a você amigo recém adquirido, a você amigo presente de todas as horas. A todos vocês que já desfrutaram da minha amizade, quero lhes dizer que vocês estão guardados a Sete Chaves dentro do meu coração.
Livros de Gil DePaula
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Show irmão. Pesquisa de respeito.
Abraços.