Zé da Árvore
Zé da Árvore
Morando em uma cidadezinha do interior, Zé era dono de uma casinha bem cuidada, com um belo jardim na frente e que contava com o destaque de uma árvore muito bonita. Por causa dessa árvore, Zé recebeu um apelido. Era Zé da Árvore pra cá, Zé da Árvore pra lá.
Muito tempo depois, Zé já estava irritado com a forma que lhe chamavam e decidiu cortar a árvore para dar fim ao apelido. Mas após cortar a árvore sobrou um toco, e não deu outra, começaram a chamá-lo de Zé do Toco.
Contrariado com o novo apelido, Zé contratou um tratorista para remover o toco do jardim. Mas não deu outra, o buraco que restou lhe rendeu o apelido Zé do Buraco.
Indignado com o apelido mais recente, Zé decidiu ele mesmo tapar o buraco no mesmo dia. E desse dia em diante ele ficou conhecido pela alcunha de Zé do Buraco Tapado.
E-mails do Novo Vendedor
E-mails do Novo Vendedor
Um gerente de vendas recebeu o seguinte e-mail de um de seus novos vendedores:
“Seo Gomis, o criente de Belzonti pidiu mais cuatrocenta pessa. Faz favô di tomá as providenssa. Abrasso, Nirso”
Aproximadamente uma hora depois, recebeu outro e-mail:
“Seo Gomis, os relatório di venda vai xegâ trazado proque nóis tá fexano umas venda. Temô di mandá mais treis mir pessa. Amanhã tô xegano. Abrasso, Nirso”
No dia seguinte, mais um e-mail:
“Seo Gomis, num xeguei pucauza de que vendi mais deis mir pessa em Beraba. Tô ino pra Brazilha. Abrasso, Nirso”
No outro dia:
“Seo Gomis, Brazilha fexô vinte mir. Vô pra Frolinopis e di lá pra Sum Paulo nu vinhão das cete hora. Abrasso, Nirso”
E assim foi o mês inteiro.
O gerente, muito preocupado coma a imagem da empresa frente aos clientes, levou ao presidente as mensagens que recebeu do vendedor.
O presidente escutou atentamente ao gerente e disse:
– Deixa comigo! Eu tomarei as providências necessárias. E as tomou…
Redigiu de próprio punho o seguinte um aviso e o afixou no mural da empresa, juntamente com os e-mails do vendedor:
“A partí di ogi nóis tudo vamô fazê feito o Nirso, vamô si priocupá menus im iscrevê serto, módi vendê mais. Acinado, O Prezidenti.”
Sentimento do Caipira
Sentimento do Caipira
Dois amigos caipiras se encontram cinco anos depois.
– E aí cumpade como que ocê tá?
– Eu to bem e tu?
– Tô bem não cumpade.
– Mas o que houve com ocê?
– Perdi a única vaca que eu tinha.
– Ô cumpade, sua mulher morreu, foi?
Pastel na Cidade Grande
Pastel na Cidade Grande
O caipira tinha que ir para a cidade grande resolver um problema, mas como não queria passar vergonha na cidade grande, ficou treinando a fala na frente do espelho:
— Paster… paster… paaster… paster… — e dias se passaram. — Pasterlll… paasterlll… PASTEL! — pronto, o treinamento deu certo.
Chegando na rodoviária, foi logo entrando em uma pastelaria:
— Por favor, me dê um PASTEL!
— Pois não, senhor, de qual sabor?
— DE PARMITO, UAI.
Pílula do Rejuvenescimento
Pílula do Rejuvenescimento
Dois caipiras estão proseando debaixo de uma árvore, quando um deles comenta:
— Ôce sabia, que meu vô de 83 anos é inventô? E ele acabou de inventá uma tar de pílula do rejuvenescimento?
— Rejuvesssc… O que é isso cumpadi?
— Essa tar de pílula, ôce toma e vai ficando mais moço, e meu vô, isprementô nele mesmo!
– E o que aconteceu?
— Ele tomou uma pílula e vortou a ter sessenta anos!
— Noooossa! E dispois?
— Ele quis fica mais moço ainda e tomou outra pílula a vortou a ter quarenta anos!
— Eita, sô.
— Num tava sastifeito e tomou mais uma pílula e vortou a ter vinte anos!
— Uai! Aí ele sossegou?
— Quar nada! ele falou qui quiria ficar iguar a um nenezinho novinho, tomou mais uma pílula e vortou a ficar com um ano e meio!
— Nossa senhora, sô, e o que aconteceu dispois?
— Aí, ele pegou sarampo e morreu!
Promessa do Feijão
Promessa do Feijão
Dois compadres resolveram pagar uma promessa feita para “Nossa Senhora de Abadia” no Triângulo Mineiro. O milagre atendido pela santa foi tão grande que os dois resolveram colocar três feijões em cada botina e ir caminhando cerca de 80 quilômetros, e assim fizeram. Andaram mais ou menos 5 quilômetros e um dos compadres ficou um pouco para trás.
— Vamo, cumpade! Assim nóis num chêga a tempo pra missa.
— Ai sô! Num sei se essa ideia de colocá os fejão na butina foi boa não!
Andaram mais uns 5 km e o compadre já se arrastava e ficando cada vez mais para trás.
— Ô cumpade, num tô guentano mais os meus pé.
— Êita sô! Intão vamo arriá de baixo daquela árvore ali.
O que estava bem, sentou-se tirou a botina, estalou os dedos e deu um belo góle numa pinga. O outro se arrastando e reclamando, mal conseguiu tirar as botinas e nem quis saber da pinga.
Ao ver que os pés do amigo estavam à flor da pele, disse:
— Que que isso cumpade? Seus pé ta té pareceno que ocê tava andano discarço na braza!
— Pois é sô! Os fejão cabô com meus dedo tudo!
— Uai cumpade! Ocê num cuzinhô os fejão antes não?
250 Cavalos
250 Cavalos
Um cidadão distinto, porém muito convencido, passa por uma estrada do interior, montado em um carro de luxo, e quando cruza com um caipira simplório, sobre uma velha carroça, comenta com tom de zombaria:
— Bom dia moço? Onde é que o senhor vai com esse cavalo magrelo puxando essa carroça?
— Vou até a próxima cidade, fica a uns vinte e cinco quilômetros. – responde o caipira.
O senhor vai levar dois dias pra chegar até lá, enquanto eu chego em dez minutos, ouvindo um som, com ar condicionado, além do que estou montado em 250 cavalos de potência.
— O caipira se assusta, 250 cavalos?
— É isso mesmo, bem preciso ir, tchau caipira, vê se ajuda o cavalo ai com essa carroça. E o distinto sai em disparada.
Após alguns quilômetros, o caipira avista um homem ao lado do carro, embicado num lago, logo após uma curva fechada, ele reconhece o homem, e dispara sem dó:
— Oi moço, tá dando água pros cavalo?
Cachorro do Mineirinho
Cachorro do Mineirinho
Certo dia, em uma cidadezinha no interior de Minas em um boteco haviam quatro caipiras jogando cartas, quando de repente surge um carioca em sua linda pick-up. Ele entra na birosca, pede uma bebida, vai em direção aos caipiras que jogavam, soca a mesa e diz:
— Tá vendo aquela pick-up? Dentro dela tem um pit bull assassino.
Um dos caipiras diz:
— Óia sinhô, tenhu náda cu issu naum, máis tem um tar de cumpadi Totonho qui tem um cachorru brabu.
O carioca ao ouvir começa a rir e faz a seguinte proposta:
— Pago mil reais por um, que o meu pit bull vai liquidá-lo em cinco minutos!
O caipira levanta e vai buscar o cumpadre Totonho, de repente surge o cumpadre Totonho cheio de cana com o seu cachorro leproso e cheio de bicheiras. O carioca cai na gargalhada e zomba:
— É esse bichado que vai detonar o meu pit bull?
O carioca pede ajuda de dez caipiras para retirar o pit bull de dentro do carro. Quando todos estavam preparados para a grande briga, cumpade totonho diz para o seu cachorro:
— Naum vái me decepicionár naum hein meu bichinhu…
Então soltaram o pit bull que saiu em direção ao cachorro de compadre Totonho, que continuava imóvel. Quando se aproximou para morder levou uma
patada e caiu duro. O carioca se aproximou do cão e falou:
— Levanta meu bichinho!
Compadre Totonho respondeu:
— Uai, é ruim! Tá moito sô.
Perplexo o carioca quis comprar o cão, mas o compadre Totonho disse que não estava a venda. O carioca perguntou qual era o seu pedigree e compadre Totonho curioso perguntou:
— Uai, que isso?
O carioca falou:
— Como o senhor conseguiu esse cachorro?
E Totonho respondeu:
— Ah, a muito tempo atrás teve um circo aqui, quando foi embora o dono me deu este cãozinho que eu levei pra casa e aparei a cabeleira dele.
Medições do Engenheiro
Medições do Engenheiro
O mineirinho observando o engenheiro com o teodolito:
— Dotor, pra quê serve esse treco aí?
— É que vamos passar uma estrada por aqui, estou fazendo as medições.
— E precisa desse negócio pra fazê a estrada?
— Sim, precisa. Vocês não usam isso pra fazer estrada não?
— Ah, não, home. Aqui quando a gente qué fazê uma estrada, a gente sorta um burro e vai seguindo ele.
Por onde o bicho passá, é o mió caminho pra se fazê a estrada.
— Ahh, que interessante — respondeu o engenheiro. — E se vocês não tiverem o burro?
— Bem, daí a gente chama us engenheiro..
Pedidos do Mineirinho
Pedidos do Mineirinho
O mineirinho ia andando pela praia e de repente, encontra uma lâmpada. Começou a esfregá-la como tinha visto nos filmes do Aladim e eis que surge um gênio.
— Você tem direito a três pedidos — disse o gênio.
O mineirinho pensou, pensou, pensou e por fim se decidiu:
— Eu quero um queijo enorme!
— Abracadabra! — disse o gênio e apareceu um queijo enorme. — Qual é o seu segundo pedido?
O mineirinho pensou, pensou, pensou e disse:
— Eu quero uma mulher!
— Abracadabra! — disse o gênio e apareceu uma morena lindíssima. — Qual é o seu último pedido?
— Eu quero mais um queijo! — respondeu o mineirinho.
— Abracadabra! — disse o gênio e surgiu um outro queijo maior ainda. — Bem, meu amo, antes de eu ir, me satisfaça uma curiosidade. Por que você pediu dois queijos?
— É que eu fiquei com vergonha de pedi queijo três vez!
Nome do Porco
Nome do Porco
O cara tava passeando nas terras de um parente lá fora, quando avistou um chiqueiro. Perguntou ao cara que cuidava dos porcos:
— Qual o nome desse porco gigante?
O rapaz respondeu:
— U nomi deli é ocê!
O cara indignado, pergunta de novo:
— Como é que é?
O sujeito fala de novo:
— É ocê, naum iscuto?
O malandro, tentou ser malandro falando:
— Então aquele outro porco ali se chama pai de ocê?
O cabra não exitou:
— Naum, aqueli otro ali é o pai di ocê, i a mãe di ocê eu comi onti
Tem de Tudo
Tem de Tudo
Num pequeno vilarejo, no meio de Minas Gerais havia um armazém cujo dono, Seu Zé, se gabava de ter tudinho, qualquer coisa que se pedia no balcão. Se não tinha, fazia questão de encomendar a qualquer custo, só para atender o cliente. Com isso a fama dessa mercearia se espalhou por toda a região, e vinha gente de toda parte procurar coisas que não se achava nem na capital Belzonte. Sabendo disso, um carioca — daqueles bem folgados — estava de ferias passando por Minas e decidiu conhecer esse tal Zé do armazém. Chegando lá, pediu uma barra de direção para sua pick up importada, o Zé foi lá no fundo, e depois de alguns minutos voltou com a tal peca. O carioca, espantado pensou: “Não e possível que esse cara tenha tudo ai, vou tirar um barato da cara dele”.
Voltou para o hotel e ficou a noite toda pensando em como iria pegar o cara da venda. Pensou bem e no outro dia foi até o armazém e chegando no balcão, pediu:
— Ô Zé, você tem “Podela”?
O dono da venda olhou espantado, cocou a cabeça e pensou: “Podela”? Que diabos e isso? Nunca ouvi falar… E agora? Se eu deixar de atender esse cara ai todo metido, meu estabelecimento vai perder a fama e a clientela vai sumir! O que eu faço?” Pensou, pensou, foi ate o deposito, voltou e disse ao carioca:
— Olha, té em falta, mas vou encomendar e amanha cedo o senhor passa aqui e pega, tudo bem?
O carioca, meio desconsertado com a resposta do Mineiro, voltou para o hotel pensando: “O que será que esse mineiro vai achar com esse nome…?”
O mineiro fez de tudo, ligou para todos os seus fornecedores de produtos brasileiros e até no exterior, mas ninguém fazia nem ideia do que seria aquilo. Ele então percebeu que o carioca estava zoando com a cara dele e decidiu dar o troco.
No almoço, o mineiro comeu aquela feijoada, de noite foi ao banheiro e prrrrrrrruhhhh. Fez aquele “trem” enorme e fedorento. Pegou o troço com uma pazinha e botou no forno por umas 3 horas ate que virasse uma pedra bem dura. Dai, colocou tudo no moedor, embalou e deixou em cima do balcão com a devida identificação. No outro dia chega o carioca todo imponente com um sorriso no rosto, e, já esboçando um ar de vitória, perguntou:
— Conseguiu encontrar minha encomenda?
— Claro está aqui — disse o mineiro, mostrando o saquinho no balcão. 100 gramas sai por 10,00 reais.
O carioca então pediu:
— Me veja 200 gramas.
— Está aqui, são 20 reais.
Entã, o carioca, curioso, pegou um bocado do pó, experimentou uma pitada, pediu uma colher encheu e mandou ver, tentando descobrir o que era aquilo…
— Isso aqui e bosssssssstaaaaaaaa!
O mineiro então riu e disse:
— Não, isso é o PÓ DELA…
Livros de Gil DePaula
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