Crônica da Vida: A Minha Mãe Helenice

Por Gil DePaula

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Que as mulheres são seres especiais, já se sabia mesmo antes de Maria gerar Jesus,  que com o advento do nascimento do Cristo gerado na barriga dela, ficou patente.

Quando elas se tornam mães, então, se fazem mais que especiais, pois a vida que abrigam dentro de si, são uma permissão especial de Deus, para continuação da Obra Dele. A minha mãe Helenice teve essa permissão concedida a ela por sete vezes. Seus primeiros filhos foram gêmeos homens, tendo um morrido pouco tempo após o parto e, o outro, alguns dias depois. Eu, que nasci no mesmo ano (1957), me tornei o filho e neto primogênito, tanto da família do meu pai, quanto da minha mãe. Depois, minha mãe pariu mais quatro seres, que se tornaram meus irmãos.

Quando eu era pequeno minha mãe contava várias histórias, e as que eu mais apreciava era as da juventude dela. Falava ela do pai que nunca conheceu, do padrasto, da mãe, dos irmãos e tios, dos trabalhos que realizava desde muito nova, tendo se empregado em uma fábrica de tecidos aos treze anos. Falava ainda, das amigas e de seus namoros, e algumas vezes contou a tragédia da morte de vários de seus colegas de escola, após um barco ter virado em um passeio que realizavam, e que sua mãe não permitiu que ela fosse, provavelmente, salvando-a de morrer.

Nossa família veio parar em Brasília, em 1960 (meu pai veio em 1959), graças a ela, que vencendo a resistência do meu pai, fez uma espécie de caixinha com os colegas de trabalho, e comprou as passagens de avião, inicialmente, para ele, e mais tarde para ela, para mim e minha irmã, pois os outros filhos nasceram em Brasília.

Ao longo desses quase sessenta e cinco anos que convivo com a Sra. Helenice, nunca deixei de admirá-la, não somente por ser minha mãe, mas, principalmente, pela pessoa que ela é: uma mulher de fácil convívio, alegre, que apesar das dificuldades que passou nunca se lamentou da vida. Dedicada, extremamente à família, é objeto de admiração de todos que a conhecem: Noras, genros, filhos, netos, cunhados, amigos, todos têm um carinho especial por ela, que fazem questão de demonstrar. Minha mãe tem apenas um defeito: é flamenguista *(risos), no que, excetuando-se eu e meu filho, todos os demais membros da família a acompanharam (fazer o quê?).

Quando menino, várias vezes senti meu peito apertar e verti muitas lágrimas silenciosas ao me deitar, com medo de perdê-la. Medo que, mesmo ela tendo mais de oitenta anos (não vou revelar exatamente a idade dela, porque se o faço levarei um puxão de orelhas), continuo a sentir (neste momento, algumas lágrimas temam a correr pelo meu rosto).

Mesmo depois de adulto, muitas vezes me socorri dos seus conselhos e do seu verbo, que sempre me alentaram. Várias decisões da minha vida tomei por causa das suas orientações, que sempre se mostraram acertadas.

Aos amigos, parentes e leitores que estão lendo esta crônica e que pelos desígnios de Deus, já não têm mais as suas mães perto de vocês, tenham a certeza que elas onde estejam, estão a olhar e velar por cada um de vocês, pois elas são seres abençoados por Deus.

Post Scriptum: Hoje, dia 10 de maio de 2022, dia do aniversário dela e momento em que atualizo esta crônica, escrita originalmente em setembro de 2020, minha mãe se encontra internada a mais de quarenta dias em um leito de hospital, fato que vem causando imensa dor a toda a família, que por ela tem empenhado todas as orações possíveis.

 

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Um comentário

  1. Mãe é um ser tão especial, que Deus quis precisar de uma para vir humanamente ao mundo.

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