Quando Usar Porque, Porquê, Por Que ou Por Quê?

porque-por-que Quando Usar Porque, Porquê, Por Que ou Por Quê?

Norma Prática

Norma Prática

Levando em conta as normas da gramática tradicional, há uma norma prática para se juntar as duas palavras – [por] e [que] – ou mantê-las separadas, que facilita a assimilação:

a) Por Que (separado) – devemos grafar nas frases interrogativas (diretas / indiretas) ou quando podemos substituí-lo pelas expressões pelo qual, pela qual, por qual e seus respectivos plurais (que subentendem os termos razão, motivo ou causa, antes ou depois do por que): Por que você não me esperou? (pergunta direta)
● Quero saber por que você não me esperou. (pergunta indireta)
● As dificuldades por que passei… (= pelas quais)
● Ignoro por que razões ela fez isso. (= por quais)
● Já sei por que fui reprovado. (= por qual motivo)
● Não sei por que eles estão discutindo. (= por que motivo)

► Colocamos o acento circunflexo no [e] quando o “por quê” (separado) estiver em final de frase, antes do sinal de interrogação ou de ponto final: Você não fez a lição. Por quê?
● Estava triste sem saber por quê.
● Muitos reclamaram das notas, mas não havia por quê.

b) Nos demais casos, “porque” deverá ser escrito numa única palavra. Ou seja, quando se tratar de uma resposta ou explicação:
● Não o chamei porque você estava ao telefone.
● Não comprei a casa porque ela é muito pequena.
● Deixem-me ir agora, porque já estou atrasado.
● Não fui ao cinema porque estava sem dinheiro.
● Não posso casar porque estou desempregado.
● Reagi à ofensa porque não sou covarde.

► Colocamos o acento circunflexo no [e] quando o “porquê” for substantivo (precedido de artigo “o, os, um” ou pronome):
● As crianças querem saber o porquê de tudo.
● Tudo na vida tem um porquê.
● A ciência procura os porquês dos fenômenos.
● Havia outro (pronome) porquê para aquela súbita decisão.

Normas Tradicionais

Normas Tradicionais


a) Usa-se Por Que – quando formado pela preposição [por] + [que] pronome interrogativo, indefinido e relativo e equivale a: por que motivo, por que razão (os mais usados), para que, pelo qual, pela qual, por qual e seus respectivos plurais. Usa-se também em frases interrogativas diretas ou indiretas:
As dificuldades por que passei… (= pelas quais)
Ignoro por que ela fez isso. (= por qual razão)
Já sei por que fui reprovado. (= por qual motivo)
Quero saber por que (motivo) foste reprovado.
Por que (razão) você não me esperou? (pergunta direta)
Quero saber por que você não me esperou. (pergunta indireta)

► Essa forma é a que figura em títulos ou manchetes:
=> Por que seu dinheiro está valendo menos. (= por que razão)
=> Por que foi cassado o Prefeito. (por qual razão, motivo)

b) Usa-se Por Quê – Somente no final de frases:
● Você está aborrecida por quê?
● Estava triste sem saber por quê.
● Você não fez a lição. Por quê?

c) Usa-se Porque – Quando conjunção coordenativa explicativa, subordinativa causal ou final e equivale a: pois, porquanto, como, já que, uma vez que, pelo fato de que:
● Nando está contente, porque (uma vez que) se saiu bem nas provas.
● Não saia, porque (pois) você ainda está febril.
● Não viajei porque (pelo fato de que) perdi o avião.
● Se há algo errado porque (como) ninguém apareceu até agora.
Observações:
1. Essa é também a forma que aparece nas orações em que se pergunta algo propondo uma resposta:
● Você não foi porque choveu? (= pelo fato de que)
● Não veio à aula porque não tem caderno? (=pois)

2. Porque (= para que) é grafado junto, embora se encontrem exemplos (raros) com por que (separado):
●   Faço votos porque (para que) sejam felizes.
●   Tudo fizemos porque (para que) ele sarasse.

3. Porque atrai o pronome localizado na mesma oração:
●   Tudo lhe aconteceu porque se recusou a admitir o erro.
●   Chegou cedo porque os amigos lhe pediram.

d) Usa-se Porquê – Quando “substantivo”, isto é, quando vem antecedido de artigo (o, os, um), de pronome ou substitui as palavras motivo, razão, causa, pergunta ou indagação. Como é substantivo pode ser pluralizado normalmente:
●   Você sabe o porquê dela estar tão faceira? (= o motivo)
●   Havia muitos porquês (muitas indagações) para poucas respostas.
●   Havia outro (pronome) porquê para aquela súbita decisão.
●   É uma criança cheia de porquês (de perguntas).
●   Se conseguíssemos responder todos os porquês (as perguntas).

Observação Final – Depois da partícula designativa [eis] escreve-se por que (separado): Eis por que ela não pôde voltar.

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