Nelson Gonçalves – O Maior Cantor Brasileiro de Todos os Tempos

nelson Nelson Gonçalves -  O Maior Cantor Brasileiro de Todos os Tempos

Antônio Gonçalves Sobral, mais conhecido como Nélson Gonçalves, na minha opinião e de muitos outros, foi o maior cantor brasileiro de todos os tempos. Dono de uma voz espetacular, teve o reconhecimento de nada mais, nada menos, que Frank Sinatra, que o classificava como a voz mais bonita do mundo. Nasceu em Santana do Livramento – Rio Grande do Sul,  em 21 de junho de 1919, e faleceu em 18 de abril de 1998. Segundo maior vendedor de discos da história do Brasil, com mais de 75 milhões de copias vendidas, atrás apenas de Roberto Carlos, com mais de 120 milhões.

BIOGRAFIA
Nasceu no Rio Grande do Sul, mudou-se com os seus pais portugueses para São Paulo, no bairro do Brás. Quando criança, era levado, para praças e feiras pelo seu pai, que fazendo-se de cego, tocava violino, enquanto ele cantava.

Foi jornaleiro, mecânico, engraxate, polidor e tamanqueiro. Foi também lutador de boxe na categoria peso-médio, recebendo aos dezesseis anos o título de campeão paulista. Mesmo com o apelido de “Metralha”, por causa da gagueira, decidiu ser cantor.

Foi reprovado duas vezes no programa de calouros de Aurélio Campos. Finalmente, foi admitido na rádio PRA-5, mas dispensado logo depois. Nesta época, casou-se com Elvira Molla e com ela teve dois filhos. Sem emprego, trabalhou como garçom, no bar do seu irmão, na avenida São João.

Seguiu para o Rio de Janeiro em 1939, onde trilhou mais uma vez o caminho dos programas de calouros. Foi reprovado novamente na maioria deles, inclusive no de Ary Barroso, que o aconselhou a desistir. Finalmente, em 1941, conseguiu gravar um disco de 78 rotações, que foi bem recebido pelo público. Passou a crooner do Cassino Copacabana (do Hotel Copacabana Palace) e assinou contrato com a Rádio Mayrink Veiga, iniciando uma carreira de ídolo do rádio nas décadas de 40 e 50, da escola dos grandes, discípulo de Orlando Silva e Francisco Alves.

Alguns de seus grandes sucessos dos anos 40 foram Maria Bethânia (Capiba), Normalista (Benedito Lacerda / Davi Nasser), Caminhemos (Herivelto Martins), Renúncia (Roberto Martins / Mário Rossi) e muitos outros. Maiores ainda foram os êxitos na década de 50, que incluem Última Seresta (Adelino Moreira / Sebastião Santana), Meu Vício É Você e a emblemática A Volta do Boêmio (ambas de Adelino Moreira). Porém, a canção que eu mais gosto é Vermelho 27, um dramático tango, que inclusive transformei em conto lançado no meu livro “Complexo de Batman”.

Na década de 50, além de shows em todo o Brasil, chegou a se apresentar em países como Uruguai, Argentina e Estados Unidos, no Radio City Music Hall.

Em 1952, casou-se com Lourdinha Bittencourt, substituta de Dalva de Oliveira no Trio de Ouro. O casamento durou até 1959.

Em 1965, casa-se de novo, com Maria Luiza da Silva Ramos, com quem teve dois filhos, Ricardo da Silva Ramos Gonçalves e Maria das Graças da Silva Ramos Gonçalves. A caçula tem seu apelido no refrão da música Até 2001. (É no gogo gugu).

No entanto, o seu envolvimento com a cocaína, em 1958, tendo, inclusive, sido preso em flagrante em 1965 e passado um mês na Casa de Detenção, o que lhe trouxe problemas pessoais e profissionais. Superada a crise, lançou o disco A Volta do Boêmio, um grande sucesso. Após abandonar o vício com o apoio de sua mulher, retomou uma carreira bem-sucedida.

Continuou gravando regularmente nos anos 70, 80 e 90, reafirmado a posição entre os recordistas nacionais de vendas de discos. Além dos eternos antigos sucessos, Nelson Gonçalves sempre se manteve atento a novos compositores, e chegou a gravar canções de Ângela Rô Rô (Simples Carinho), Kid Abelha (Nada por Mim), Legião Urbana (Ainda É Cedo) e Lulu Santos (Como uma Onda).

Ganhador de um prêmio Nipper da RCA, dado aos que permanecem muito tempo na gravadora, sendo somente Elvis Presley o outro agraciado. Durante sua carreira, gravou mais de duas mil canções, 183 discos em 78 rpm, 128 álbuns, vendeu cerca de 78 milhões de discos, ganhou 38 discos de ouro e 20 de platina.

Morreu em consequência de um enfarte agudo do miocárdio no apartamento de sua filha Margareth, no Rio de Janeiro.

DRAMATIZAÇÕES
Na década de 90, foi encenado nas principais capitais do país o musical Metralha. Em 2001 foi lançado o documentário Nélson Gonçalves, contando a sua trajetória, com direção de Elizeu Ewald e protagonizado por Alexandre Borges e Júlia Lemmertz, e tendo a sua filha Margareth Gonçalves como produtora executiva.

LETRA DA MÚSICA VERMELHO 27

“Jogo no pano… jogo… feito! Vermelho 27!”
Esse homem que hoje passa maltrapilho
Fracassado no seu traje furta-cor
Um dia já foi homem, teve amigos,
Teve amores, mas nunca teve amor
Soberano da roleta e da campista
Foi sua majestade o jogador!
Vermelho vinte e sete
Seu dinheiro mil mulheres conquistou
Vermelho vinte e sete
Seu dinheiro tanta gente alimentou
Um rio de champagne sorrindo derramou
E a sua mocidade em fichas transformou
“Jogo no pano…jogo…feito! … Vermelho 27!”
Vermelho vinte e sete
Quando a sorte caprichosa o abandonou
Vermelho vinte e sete
Cada amigo num estranho se tornou.
Os ossos do banquete aos cães ele atirou,
A vida honra tudo,
Num lance ele arriscou…
“Jogo…jogo…feito! Preto 17!”
Deu preto dezessete
Nem um cão entre os amigos encontrou!

 

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