O Futebol de Luto: Morre Carlos Alberto Torres

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Morreu na manhã desta terça-feira, no Rio de Janeiro, vítima de enfarte fulminante, Carlos Alberto Torres. O capitão do tricampeonato mundial do Brasil em 1970, que beijou e levantou a Taça Jules Rimet.

Carlos Alberto nasceu em 17 de julho de 1944, carioca do bairro da Vila da Penha, como lateral-direito, ou como zagueiro, sempre desfilou pelos gramados sua classe com a bola nos pés. Santos, Botafogo, Flamengo e New York Cosmos tiveram a honra de tê-lo em campo defendendo suas cores. Era reverenciado no mundo todo pelo seu passado. Depois, como treinador, o Capita, como era carinhosamente chamado, teve como pontos altos a conquista do Campeonato Brasileiro de 1983, pelo Flamengo, da Copa Conmebol, em 1993, pelo Botafogo, e do Campeonato Carioca de 1984, pelo Fluminense.

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Casado três vezes – uma das esposas foi a atriz Terezinha Sodré. O capitão do tri, que também foi vereador no Rio, de 1989 a 1993, pelo PDT, estava em sua casa na Barra da Tijuca, jogando palavras cruzadas quando passou mal. Foi levado para o Hospital Riomar, onde chegou por volta das 11h (de Brasília) com parada cardiorrespiratória, mas as tentativas de reanimá-lo foram em vão. O detalhe é que Carlos Alberto tinha um irmão gêmeo, Carlos Roberto, falecido há um mês. O enterro será na próxima quarta-feira, no Cemitério de Irajá, na Zona Norte do Rio.

“Tudo foi feito, mas não teve reanimação. Foi provavelmente um infarto agudo do miocárdio. Algumas vezes obtemos êxito. Teríamos condições de reanimar com procedimento. Ele já tinha algumas doenças que poderiam ter agravado sua condição. Sem contar a idade, 72 anos. Chegou acompanhado da esposa, desacordado, sem nenhuma resposta e sem sinais de vida naquele momento. As manobras foram adotadas naquele momento, mas não obtivemos resposta. É lamentável – disse o médico Marcelo Meucci.

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Como jogador, Carlos Alberto conquistou uma penca de títulos. No Fluminense, onde começou a carreira, ganhou o Carioca em 1964, quando estourou, e depois, no seu retorno, os de 1975 e 1976, com a famosa Máquina montada pelo presidente eterno Francisco Horta. No Santos de Pelé, onde chegou em 1965, ainda garoto, e viveu o auge, atuando ao lado de craques como o próprio Rei do Futebol, Edu e Clodoaldo, companheiros de tricampeonato mundial, levou a Taça Brasil em 1965 e 1968, o Torneio Rio-São Paulo em 1966, a Recopa Sul-Americana em 1968 e muitos campeonatos paulistas – 1965, 1967, 1968, 1969 e 1973.

Em sua breve passagem pelo Botafogo em 1971, emprestado pelo Santos, Carlos Alberto Torres não conquistou títulos mas teve também presença marcante, atuando ao lado de craques como Jairzinho, Paulo Cezar Caju e outros. Depois, voltou ao Peixe, ainda no mesmo ano, onde ficou até 1974. Retornou então ao Fluminense, onde viveu outro grande momento em sua carreira, com a Máquina de Rivellino, Paulo Cezar, Pintinho, Doval & Cia.

Levantou a Jules Rimet, na conquista do tricampeonato de 1970, no México. Carlos Alberto eternizou não só o gesto, mas também uma geração fora de série. O gol marcado pelo lateral-direito, o último na goleada por 4 a 1 sobre a Itália na grande final, mostrou o que o então camisa 4 e toda aquela Seleção tinham de melhor.

Carlos Alberto era um jogador moderno para o seu tempo. Tinha forte poder de marcação, a ponto de poder ter atuado, já como veterano, na zaga. Era também dono de uma rara habilidade e contava com fôlego e capacidade para subir ao ataque como elemento surpresa.

Liderança como jogador e técnico
Sua história na Seleção começou em 30 de maio de 1964, contra a Inglaterra, no Maracanã, na goleada por 5 a 1. Foram 69 partidas com a camisa verde-amarela e nove gols marcados. Um número considerável para um lateral-direito. Na Seleção sentiu-se à vontade como nos clubes, exercendo sua liderança dentro e fora de campo, principalmente no tricampeonato mundial de 1970, ao lado de Pelé e Gerson.

Um comentário

  1. Ícones não morrem, ficam para eternidade!

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