Pol Pot – Três Milhões de Mortos
Entre 1975 e 1979, Pol Pot impôs no Camboja sua visão particular do maoísmo, o marxismo rural, tirando as pessoas das cidades e forçando-os a trabalhar dezoito horas por dia, nos campos. Foram construídas sepulturas coletivas para quem não aguentasse a jornada de trabalho e viesse a falecer.
Quase um terço dos cambojanos pereceram, até os comunistas do Vietnã invadirem o país e acabarem com a loucura. A razão da invasão não foi o genocídio, mas uma rixa interna entre os comunistas de linha soviética (Vietnã) e chinesa (Camboja).
Leopoldo II – Oito Milhões de Mortos
Ele era o rei da Bélgica, mas não foi nesse cargo que ganhou seu lugar na lista. O Estado Livre do Congo foi uma vasta área cedida pela comunidade internacional ao rei, pessoalmente, não à Bélgica.
Nesse reino particular, diferente da Bélgica, ele era o monarca absoluto. A exploração brutal de borracha e marfim, conduzida por seus capatazes, valia-se de torturas e mutilações para forçar a trabalhar. Ironicamente, o Congo foi cedido a ele sob a promessa de acabar com os últimos traficantes de escravos na região.
Hirohito – Onze Milhões de Mortos
Os japoneses cometeram atrocidades comparáveis às dos nazistas na Segunda Guerra, incluindo o uso de armas biológicas e experiências com prisioneiros. Numa manobra para salvar a monarquia — que partiu dos americanos — a culpa recaiu toda sobre o exército, e o imperador Hirohito permaneceu no trono. Hoje, se sabe que ele era o culpado.
Hernan Cortés – Dezenove Milhões de Mortos
Em 1519, quando queimou seus barcos na costa, prometendo que não voltaria até a conquista do Império Asteca, havia 25 milhões de nativos no México. No ano de sua morte, 6 milhões restavam. Ainda assim, foi uma fração das cem milhões de mortes atribuídas à colonização.
Tamerlão – Vinte Milhões de Mortes
Decidido a restabelecer a glória de Gengis Khan, copiou seus métodos brutais, mas só conseguiu chegar à metade da contagem de cabeças de seu ídolo. Em seu reinado, iniciado em 1370, foi criado o Império Timúrida, que dominou grande parte da Ásia Central.
Josef Stalin – Vinte Milhões de Mortes
Cerca de um milhão de soviéticos padeceram no Grande Expurgo, entre 1936 a 1939, e mais um milhão e meio nos gulags, os campos de trabalhos forçados. Mas a maioria das vítimas foi resultado de políticas radicais.
A coletivização agrícola na Ucrânia, por exemplo, matou 4 milhões de fome.
Adolf Hitler – Vinte Milhões de Mortos
Vinte milhões de civis foram vítimas diretas da atrocidade nazista, 5 milhões deles judeus, os demais ciganos, homossexuais e, a maioria, civis de países conquistados. Ele pode ser campeão em ódio, mas só venceria em mortes se fossem computadas todas as mortes da Segunda Guerra, a ele — o que é plausível, já que ele é a causa. Então seriam 62 milhões.
Nurhaci – Vinte e Cinco Milhões de Mortes
Derrubou a dinastia Ming, em 1616, e passou a oprimir a maioria dos chineses, da etnia han. Entre guerra, fome e execuções sumárias, a transição destruiu milhões de vidas. Isso ficava na média em matéria de transições de governo na China, que poderiam ocupar a lista inteira.
Gengis Khan – Quarenta Milhões de Mortos
Os mongóis davam às cidades a opção de se render ou a aniquilação completa. Bagdá pagou para ver e uma pilha com 90 mil crânios foi erguida às suas portas. Proporcionalmente, ninguém chega a seus pés. Gengis Khan eliminou 10% da população do mundo à sua época.
Mao Zedong – Sessenta Milhões de Mortos
Em números absolutos, ninguém supera Mao. 30 milhões morreram de fome apenas no Grande Salto Para Frente, um esforço de industrialização catastrófico, onde a mão de obra das fazendas foi desviada para a produção de ferro.
E no mínimo um milhão na Revolução Cultural, que atiçou os jovens a atacar tudo o que achassem velho ou ocidental. Isso incluía professores e membros do Partido Comunista.
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