A CORRUPÇÃO E O CÂNCER

(artigo publicado no jornal Guará Hoje de junho de 2012)

Por Gil DePaula

          A palavra câncer é originária do latim e significa caranguejo. Este nome foi dado à doença ao se fazer a analogia entre ela e os tentáculos do caranguejo, pela forma que ataca e se infiltra nas células sadias, causando um crescimento desordenado (maligno) invadindo tecidos e órgãos do corpo humano ou dos animais.

           A tendência do câncer é ser agressivo e descontrolado causando a formação de tumores, que depois de instalados devem ser combatidos por medidas radicais que passam pela quimioterapia, radioterapia e podem chegar à extração de órgãos. Se descoberto muito tarde quase sempre leva à morte.

           A palavra corrupção também tem sua origem no latim, e pode ser definida como aquilo que foi deteriorado, decomposto física/ organicamente ou apodrecido.

           A partir dos conceitos acima, é possível traçarmos um paralelo entre o câncer e a corrupção, pois enquanto um é a doença física que compromete o organismo, o outro é a doença da alma que mancha o espirito. Como o câncer, a corrupção desenvolve um conjunto de redes para se manter. Se um usa a corrente sanguínea ou linfática para se propagar, e com suas células malignas infectar outros órgãos, em um processo conhecido como metástase, o outro (a corrupção) se utiliza também de uma rede, só que esta composta por doentes morais, cujos espíritos foram corrompidos por facilidades encontradas ou, quem sabe, de berço já possuía esse câncer da alma.

          A corrupção é mais perigosa que o câncer já que este se desenvolve em apenas um individuo, não se propagando para outro. Com a corrupção acontece o contrário, ela possui a capacidade de infectar os fracos de valores humanos e espirituais que estão em suas proximidades. Ela traz prejuízos aos menos favorecidos pela sorte, que na ponta são os mais atingidos quando lhes faltam saúde, educação e segurança.

           Como o câncer a corrupção ainda não tem cura. Como o câncer alguns focos podem ser dizimados, mas a extirpação desse mal só se dará com o desenvolvimento dos nossos valores morais, com Leis mais severas e com a execração pública desses enfermos espirituais.

           É bom lembrarmos que não existem pequenas corrupções: o furto se dá se for de um real ou de um milhão. O suborno do policial é tão grave quanto o de um deputado. Se tivermos um falso emprego ou auferimos qualquer tipo de ganhos que não fizemos por merecer, somos tão corruptos quanto qualquer outro.

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