Teorias da Conspiração Absurdas Que se Mostraram Reais

TC Teorias da Conspiração Absurdas Que se Mostraram Reais

As pessoas em geral gostam de uma teoria da conspiração. O mistério que as envolvem dão a sensação de que algo muito perigoso e secreto está acontecendo em algum lugar. Tira da vida o acaso, substituindo-o por um ardil de acontecimentos programados. O problema é que a maioria das teorias ficam aí, na teoria. Ninguém prova! Mas e as conspirações comprovadas? Elas existem e deixam uma sensação de incredulidade.

O Testemunho de Nayirah

O Testemunho de Nayirah

Nayirah Teorias da Conspiração Absurdas Que se Mostraram Reais

1990, Iraque e Kuwait estavam em guerra. Os EUA apenas assistiam aos conflitos, sem intervir, pois não havia uma justificativa para isso até aquele momento. Mas uma menina de 15 anos mudou o rumo do conflito. Identificada apenas como Nayirah, ela deu um depoimento em um congresso sobre direitos humanos no ápice da guerra. Aos prantos, ela relatou coisas tão terríveis como soldados iraquianos invadindo hospitais no Kuwait e arrancando bebês para fora das incubadoras somente para assisti-los morrendo. O tipo de coisa que deixa qualquer um revoltado.

Mas a tal da Nayirah não era uma adolescente traumatizada. Ela era filha do embaixador kuwaitiano dos EUA e fazia parte da família real do país. Ela passou por um curso intensivo de atuação, de modo a comover a mídia internacional. Na época, a imprensa não tinha acesso ao Kuwait e aquele depoimento ficou como a versão oficial dos fatos. Consequência: os EUA entraram na guerra.

O Experimento de Tuskegee

O Experimento de Tuskegee

ET Teorias da Conspiração Absurdas Que se Mostraram Reais

Entre 1932 e 1972 cerca de 400 trabalhadores rurais do estado americano do Alabama foram selecionados para um estudo chamado Tuskegee Syphilis Experiment. O Serviço de Saúde Pública dos EUA tinha estabelecido critérios bastante práticos para a seleção: todos tinham que ser negros, pobres e ter sífilis. O tratamento seria gratuito – seria tudo uma grande boa ação. Mas aí alguns problemas começaram a surgir.

Nenhum dos 400 homens foi avisado que tinha sífilis. Os médicos diziam que o tratamento era para combater “sangue ruim”, expressão local para designar diversos problemas, como anemia, fadiga e também sífilis.

E o tratamento também era controverso – isso porque ele não existia. Os pacientes recebiam um comprimido de aspirina e voltavam pra casa. A ideia era justamente observar como a doença avançava no corpo do homem negro.

Depois de anos negando a existência do experimento, o governo americano se viu obrigado a assumir: o próprio presidente Bill Clinton fez um pedido de desculpas formal, classificando o episódio de “vergonhoso”.

O Envenenamento de Bebidas alcoólicas Pelo Governo dos Estados Unidos

O Envenenamento de Bebidas alcoólicas Pelo Governo dos Estados Unidos

BA Teorias da Conspiração Absurdas Que se Mostraram Reais

Assim como o Brasil, os EUA é uma nação com raízes religiosas bem profundas. No caso deles, protestantes, o álcool não é uma coisa muito bem vista (ou não era há 100 anos ) quando os políticos acharam que o povo estava bebendo demais e resolveram introduzir a famosa “Proibição” em 1920.

Como se sabe, nem de longe deu certo e o que aconteceu foi o aumento da pirataria e do crime organizado (a produção ilegal e a distribuição de bebida fez a fortuna de Al Capone e outros mafiosos da época). Ao ver que isso não estava dando certo, ou para agilizar ainda mais o “desmame” dos americanos, o governo teve uma ideia não muito convencional: colocar algo diferente no suprimento de bebidas ilegais, que eles sabiam que estavam circulando, livremente, pelas ruas.

E não eram coisinhas tipo laxante, como acontece no American Pie’s e outros filmes de universitários retardados, mas sim toxinas como benzeno e mercúrio, que passaram a ser adicionadas secretamente ao álcool. Sendo o mais letal o metanol, também conhecido como álcool de madeira, uma substância normalmente encontrada em produtos industriais como combustível e formaldeído, que podia causar paralisia, cegueira e a morte. No total, estima-se que cerca de 10 mil pessoas morreram como resultado da cruzada moral do governo.

Mas como o pessoal gostava mesmo de um trago naquela época, nem o envenenamento, e algumas mortes eventuais, foram suficientes para impedir o consumo por parte das pessoas. O que não deixou ao governo outra opção senão interromper a medida, após ver que a ideia somente piorou as coisas.

A proibição oficial contra o álcool terminou em 1933. Todavia, o governo americano ainda usaria a tática nos anos 70, para lutar contra a maconha.

A Operação Northwoods

A Operação Northwoods

Northwoods Teorias da Conspiração Absurdas Que se Mostraram Reais

O resultado esperado da execução desse plano seria o de colocar os Estados Unidos na aparente posição de estar sofrendo ataques do governo cubano, e de desenvolver a imagem internacional de uma ameaça cubana à paz no Ocidente.

Essa é uma das passagens mais contundentes do documento que propunha a execução da chamada Operação Northwoods. Como deu para perceber, a ideia era conclamar a opinião pública mundial para apoiar os EUA em uma futura invasão à Cuba. Como eles precisavam de motivos para isso, se dispuseram a fabricar esses motivos.

Várias cidades da Florida (incluindo Miami), e até a capital Washington, seriam bombardeadas, pessoas seriam sequestradas, bases militares seriam explodidas. A rigor, Cuba teria começado a guerra e os EUA iriam apenas se defender.
O presidente John F. Kennedy acabou descartando o plano, mas só de haver um documento oficial da CIA – revelado em 1997 – propondo uma coisa desse tipo, já é estarrecedor.

Água Está Mudando o DNA dos Animais

Água Está Mudando o DNA dos Animais

Sapos Teorias da Conspiração Absurdas Que se Mostraram Reais

Quem é fã das teorias conspiratórias iria adorar morar nos EUA, pois lá isso é o que não falta. O país conta até com o seu próprio Sílvio Santos das teorias da conspiração: Alex Jones, apresentador de rádio, de extrema-direita e conspiracionista no site Infowars (mesmo nome do programa de rádio).

Nas suas mídias ele já disse muita besteira, errando em 99% das vezes. Porém, certa vez ele popularizou a ideia de que produtos químicos estão sendo colocados na água e fazendo com que os sapos troquem de sexo. Parece tão incabível quanto qualquer outra teoria maluca, concorda? Mas parece que dessa vez ele acertou. Não sei como, mas acertou.

Embora não haja nenhuma evidência que sustente a ideia de que o governo esteja fazendo isso de propósito, alguns estudos mostram que os produtos químicos produzidos pelo homem têm efeito sim sobre o sexo dos sapos. Seja por meio dos produtos usados por nós, e depois descartados na água, ou seja, por resíduos industriais.

Um destes estudos é de 2010, da Universidade da Califórnia, Berkeley, que descobriu que até 1 em cada 10 rãs machos expostas à atrazina, um pesticida comum, experimenta um desequilíbrio hormonal, que efetivamente os torna mais femininos do que masculinos durante a vida.

Após o contato com o produto, os sapos passam a produzir estrogênio, e a demonstrar interesses por sapos do mesmo sexo e, até mesmo desenvolver ovos nos seus testículos (ovos nos testículos significa que são ovos de reprodução).

Mais recentemente, estudos mostraram que produtos químicos encontrados em lagos subterrâneos e até os sais usados para derreter o gelo das estradas, em dias de muita neve, podem causar a mesma alteração sexual nos bichinhos.

Embora o papel dos produtos químicos artificiais no ambiente possa ser problemático do ponto de vista reprodutivo, não há nada de novidade em relação a animais que mudam de sexo no mundo animal. Camarões, Peixes-Palhaço, corais e sapos têm esse traço como uma capacidade evolutiva natural de suas espécies.

A Operação Paperclip

A Operação Paperclip

OPP Teorias da Conspiração Absurdas Que se Mostraram Reais

Logo após a Segunda Guerra Mundial, o mundo ficou dividido e destruído. Enquanto nazistas ainda eram caçados e punidos, um grupo de cientistas alemães alinhados aos ideais de Adolf Hitler foi trabalhar com pesquisa nos Estados Unidos. Chamada de Operação Paperclip, esta foi uma das mais controversas resoluções pós-guerra.

Com medo de que essas mentes pensantes pudessem fortalecer a União Soviética, os EUA concederam imunidade para cerca de 1,6 mil cientistas. Suas conquistas solo norte-americano foram inúmeros, incluindo a de levar o homem à Lua a bordo da Apollo 11. Mas por mais que tenham contribuído para o avanço das ciências, a decisão do país gera polêmicas até hoje.

Esses profissionais haviam sido convocados pela Alemanha para integrar um grande time que iria desenvolver estratégias contra o exército soviético, em 1943. Matemáticos, engenheiros e cientistas foram reunidos na região do porto de Peenemünde, no norte do país, e precisavam ser no mínimo complacentes com os ideais nazistas.

O responsável pela seleção da equipe foi Werner Osenberg, um cientista de materiais e armamentos que trabalhava a serviço do exército alemão. Seus recrutados passaram a fazer parte do que ficou conhecido como a Lista de Osenberg e deveriam desenvolver armas químicas para o Partido Nazista. Tanto ele quanto diversos outros estavam entre os que receberam a imunidade norte-americana logo após o fim do conflito armado.

A ideia, a princípio, era só interrogar esses pesquisadores. Essa era a Operação Nebulosa, mas, conforme as investigações e depoimentos, foi descoberto que o avanço científico nazista estava muito evoluído. Assim, os EUA passaram a considerar ter aquelas mentes nazistas trabalhando a seu favor.

Em maio de 1945, o exército norte-americano invadiu a base secreta no porto de Pennemünde e sequestrou os cientistas que estavam por lá. Na época, eles estavam desenvolvendo o foguete V-2, o primeiro míssil guiado de longo alcance da história. O presidente Harry Truman apoiou a “contratação” desses pesquisadores alemães, desde que não fossem nazistas. Como esse não era o caso, foi preciso dar um jeitinho nas regras.

A JIOA, que acabou virando a CIA, foi a responsável pelo translado desse pessoal aos EUA. Ela sabia que eles eram nazistas, mas ocultou essa informação dos relatórios, deixando que a “descoberta” fosse apenas em solo americano. Ainda assim, muitas evidência da ligação dessas pessoas com o Partido Nazista foram apagadas do registro, a fim de permitir a entrada no país.

Um dos cientistas era ninguém menos que Wernher von Braun, que viria a se tornar o diretor do Centro de Voos Espaciais George C. Marshall, da NASA. Só que enquanto estava na Alemanha, o cientista de foguetes escravizou prisioneiros de campos de concentração em seus projetos – muitos morreram de estafa ou fome. Braun foi tão importante que quase recebeu uma Medalha Presidencial da Liberdade das mãos do presidente Gerald Ford, que ouviu um consultor e desistiu da homenagem.

O departamento de Braun estava cheio de cientistas nazistas. Mesmo após a descoberta de seu passado, ele não foi condenado. Sua importância na corrida espacial o transformou em uma espécie de herói, tanto que ele morreu em paz, em 1977, vítima de um câncer no pâncreas.

Outros não tiveram a mesma sorte: o químico favorito de Hitler, Otto Ambros, foi condenado por genocídio e escravidão pelo Tribunal de Nuremberg, mas recebeu clemência por sua contribuição na exploração espacial dos EUA.

Muitas das ações desses cientistas permanece secreta até hoje. A jornalista Annie Jacobsen trouxe muitas histórias à tona em seu livro Operação Paperclip, de 2014. Outros escritores e pesquisadores tentam acessar dados dessa operação, mas não obtiveram êxito.

Até hoje se questiona se os EUA fizeram errado em dar clemência aos pesquisadores nazistas ou se isso foi algo acertado, já que eles tiveram muitos avanços científicos no país.

CIA e os Testes de Controle Mental

CIA e os Testes de Controle Mental

CIA Teorias da Conspiração Absurdas Que se Mostraram Reais

Em uma lista de teorias conspiratórias que se preze, não poderia faltar algo sobre a CIA, a agência de inteligência dos EUA. É de lá que vem uma enxurrada de teorias. Ao menos uma delas confirmadas. A CIA, aliás, junto da NASA, talvez sejam os órgãos governamentais que mais parecem estar nos escondendo a verdade.

Na história da vez, que deixou de ser conspiratória e passou a ser fato após documentos dos anos 70 confirmarem as suspeitas, o serviço secreto americano realmente estava tentando obter o controle das mentes adversárias não importando qual fosse o meio para isso: tortura psicológica, radiação, drogas sintéticas ou até mesmo terapia de choque elétrico. O codinome usado para a bandidagem era Projeto MK-ULTRA.

Mais de 150 experiências com humanos ocorreram entre 1953 e 1964, auge da Guerra Fria, muitas das quais envolvendo a administração de medicamentos a cidadãos dos EUA sem o seu conhecimento, consentimento ou supervisão médica. O objetivo da pesquisa era desenvolver técnicas e substâncias para usar contra a União Soviética e seus aliados (se você já viu os filmes do agente Bourne é só pensar no soro da verdade).

Mas as coisas podem ser ainda mais sinistras. Isso porque o diretor da CIA, Richard Helms, ordenou a destruição de todos os registros relacionados ao MK-ULTRA em 1973, o que significa que há poucas evidências das atividades realizadas sejam lá elas quais forem. Hoje se sabe que a pesquisa foi a responsável por pelo menos uma hospitalização e duas mortes, mas a conta verdadeira pode ser muito maior.

Este projeto rendeu, inclusive, alguns filmes de Hollywood, como Os Homens que Encaravam Cabras ou referências em Stranger Things (lembra dos testes realizados com a Eleven?).

 

Livros de Gil DePaula

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