Bolsonaro: A Anatomia de um Covarde

Por Gil DePaula

Bolsonaro Bolsonaro: A Anatomia de um Covarde

O Fanfarrão

O Fanfarrão

Aposto que todos nós, durante nossas vidas, conhecemos alguns sujeitos fanfarrões. Alguns que, por arroubos verbais, se apregoavam valentes e destemidos, mas, confrontados com uma situação perigosa, logo demonstravam sua covardia. Outros que se jactavam de conquistadores amorosos, muitas vezes escondendo uma personalidade frustrada e procurando impressionar alguém menos avisado. Há também aqueles que arrotam qualidades morais que, na realidade, não possuem, e por aí vai.

Jair Messias Bolsonaro está no grupo dos primeiros. É aquele cachorrinho que só late, mas nunca morde. Faz um tremendo barulho — é verdade —, balança o rabo, rosna; todavia, o que mais deseja é que lhe afaguem as orelhas, para que possa sentir seu ego inchado.

Como todo bom fanfarrão, Bolsonaro vem pagando por suas bravatas. Militar inexpressível, tornou-se um parlamentar medíocre. No parlamento, continuou a desfilar suas fanfarronadas, sem nunca apresentar um projeto de destaque.

A biografia de Bolsonaro é laivada de episódios nebulosos e polêmicos. Documentos produzidos pelo Exército Brasileiro na década de 1980 mostram que os superiores de Bolsonaro o avaliavam como dono de uma “excessiva ambição em realizar-se financeira e economicamente”. Segundo o superior de Bolsonaro na época, o coronel Carlos Alfredo Pellegrino, Bolsonaro “tinha permanentemente a intenção de liderar os oficiais subalternos, no que foi sempre repelido, tanto em razão do tratamento agressivo dispensado a seus camaradas quanto pela falta de lógica, racionalidade e equilíbrio na apresentação de seus argumentos”.

Em 1987, Bolsonaro teria participado da operação “Beco Sem Saída”. A operação teria como objetivo explodir bombas de baixa potência em banheiros da Vila Militar, da Academia Militar das Agulhas Negras, em Resende, e em outros quartéis militares, como forma de protesto contra os baixos salários que os militares recebiam na época.

Bolsonaro teria desenhado o croqui de onde a bomba seria colocada na Adutora do Guandu, que abastece o município do Rio de Janeiro com água.

A revista entregou o material ao então Ministro do Exército. Este, após quatro meses de investigação, concluiu que a reportagem estava correta e que os capitães haviam mentido. Por unanimidade, o Conselho de Justificação Militar (CJM) considerou, em 19 de abril de 1988, que Bolsonaro era culpado e que fosse “declarada sua incompatibilidade para o oficialato e consequente perda do posto e patente, nos termos do artigo 16, inciso I, da Lei nº 5836/72”. Em sua defesa, Bolsonaro alegou, na época, que a revista Veja havia publicado acusações fraudulentas para vender mais com artigos sensacionalistas.

O caso foi entregue ao Superior Tribunal Militar (STM). O julgamento foi realizado em junho de 1988, e o tribunal acolheu a tese da defesa de Bolsonaro e do também capitão Fábio Passos da Silva, segundo a qual as provas documentais — cujo laudo pericial fora feito pela Polícia do Exército — eram insuficientes, pois não permitiam comparações caligráficas, uma vez que fora usada letra de imprensa.

O STM absolveu os dois oficiais, que assim foram mantidos nos quadros do Exército. Ainda em 1988, Bolsonaro foi para a reserva com a patente de capitão e, no mesmo ano, iniciou sua carreira política, concorrendo ao cargo de vereador do Rio de Janeiro. O laudo da Polícia do Exército, no entanto, seria mais tarde desmentido pela Polícia Federal, que confirmou a caligrafia de Bolsonaro.

Quando chegou à presidência, Bolsonaro demonstrou toda a sua falta de inteligência, confrontando, com seus latidos histéricos, setores com os quais ficou claro que ele não poderia competir.

O Burro

O Burro

bolsonaro-burro Bolsonaro: A Anatomia de um Covarde

De esperança de, pelo menos, metade da população, ao ser visto como o homem que deixaria os corruptos da esquerda a ver navios, Bolsonaro se tornou a principal engrenagem que fez o Sistema se unir em busca de sua derrocada, criando as condições para a volta do maior bandido já produzido neste país à presidência da República, junto de seus asseclas. Isso frustrou milhões de brasileiros.

Em um primeiro momento, Jair Messias confrontou o Congresso, demonstrando toda a sua ineptidão. Depois, corrigiu o curso ao se unir ao “centrão”. Contudo, como havia declarado em uma de suas fanfarronadas que nunca se uniria a esse grupo, adicionou a si mais uma pecha: a de mentiroso.

Um presidente da República, seja onde for, deve, no mínimo, saber conquistar e agregar setores importantes, de modo a ter uma caminhada menos tortuosa durante o seu governo. Confrontar, abertamente, a imprensa e o Judiciário é, no mínimo, contraproducente; mas vou além: é de uma burrice à toda prova.

Sobre Bolsonaro e Lula, podemos traçar analogias entre a recente chegada de um e outro à presidência. Bolsonaro foi a resposta do povo à corrupção desmedida do PT. Lula, por sua vez, é a resposta do Sistema à falta de sagacidade política e humana de Bolsonaro.

O Covarde

O Covarde

bolsonaro3 Bolsonaro: A Anatomia de um Covarde

“Soldado que vai a guerra e tem medo de morrer é um covarde!”.

“Acabou P….!”.

“Deus me deu coragem para decidir!”.

“A omissão também é um pecado!”.

“Mas que jurar dá a vida pela pátria, eu juro dá a vida pela liberdade!”

“Um homem sem sua liberdade não é nada!”

“Vamos vencer!”.

Há dois meses, pessoas estão acampadas nas portas dos quartéis, acreditando que, com seu sacrifício, conseguiriam barrar a volta dos quadrilheiros ao poder. Ledo engano! As declarações do então presidente eram apenas mais uma parte do repertório de suas fanfarronadas.

Pior: covardemente, Bolsonaro não desestimulou as manifestações e manteve-se escondido. Crianças, homens, mulheres e idosos dormiram ao relento, enfrentaram chuva, sol e poeira, muitos enxergando sinais — ou querendo vê-los — nas atitudes indecifráveis dele. Todavia, bastava apenas que ele dissesse claramente a todos que fossem para casa, que dele nada esperassem, pois ele não é, e nunca foi, um homem para levar adiante o anseio deles. Que tivesse fugido há dois meses não faria diferença para ninguém.

No rastro da covardia bolsonariana, um cacique foi preso, um pastor com a Bíblia e a Constituição nas mãos também, e um pai de família foi detido na frente das filhas.

E alguns achavam que Bolsonaro tinha cara de ditador. Perto do Xandão, ele é apenas um estagiário da maldade. Alexandre de Moraes mostrou como se faz uma ditadura de verdade: proíba, prenda, censure e ressuscite corruptos de todas as espécies, desde que eles entrem no jogo. E seja sempre vingativo! Se falarem da sua careca, multe ou até mesmo prenda, para que o atrevido aprenda o lugar que lhe cabe. Afinal, falar e, principalmente, pensar é perigoso para o establishment.

Nos próximos capítulos, descobriremos se Jair Messias fez algum acordo com o Judiciário para se manter livre. Se não o fez, provavelmente, a esquerda raivosa, vingativa e, com o auxílio do Judiciário, fará o possível — e tentará até o impossível — para destruí-lo completamente.

Duvido que Xandão e Lula cometam os erros de Fulgêncio Batista e do czar russo Nicolau II, que libertaram, respectivamente, Fidel Castro e Lenin, apenas para serem, mais tarde, “engolidos” por eles.

O bolsonarismo — se é que existe — provavelmente não se sustentará, da mesma forma que seu líder não se manteve. Seu fim pode estar decretado. É certo que alguns ainda tentarão defender a criatura e seu criador, na vã tentativa de mitigar suas desilusões, mas seus braços acabarão torcidos pela realidade.

Livros de Gil DePaula

www.clubedeautores.com.br — www.editoraviseu.com.br — gildepaulla@gmail.com

Terras dos Homens Perdidos – Gil DePaula (2017)

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Terras dos Homens Perdidos, de Gil DePaula, é uma ficção histórica que explora a fundação de Brasília e o impacto da construção da nova capital na vida de brasileiros comuns. A narrativa é ambientada entre 1939 e 1960 e segue o drama de Maria Odete, uma mulher forte e resiliente, que relembra seu passado de desafios e desilusões enquanto enfrenta as dores do parto. Sua trajetória é entrelaçada com a história de dois fazendeiros rivais e orgulhosos, ambos chamados Antônio, que lutam pelo poder em meio a uma teia de vingança, traição e tragédias pessoais.

A obra destaca o cenário do interior brasileiro e a saga dos trabalhadores que ergueram Brasília com suor e sacrifício. Gil DePaula usa seu estilo detalhista para pintar um retrato das complexas interações humanas e sociais da época, onde paixões e rivalidades moldam o destino de seus personagens e refletem as transformações de uma nação. A obra combina realismo com uma narrativa de intensa carga emocional, capturando tanto a grandeza da construção da capital quanto as pequenas tragédias pessoais que marcaram sua fundação​.

Para saber mais sobre o livro ou adquirir uma cópia, você pode encontrá-lo em sites como o Clube de Autores ou por meio do e-mail:

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Um comentário

  1. Excelente texto!

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